UE quer que bancos aumentem reserva de capital para enfrentar a crise

Publicado 17.09.2011, 13:46

Breslávia (Polônia), 17 set (EFE).- Os ministros de Finanças da União Europeia (UE) chegaram a um "consenso" sobre a necessidade de que os bancos europeus aumentem suas reservas de capital para poder enfrentar a crise da dívida, mas não propuseram um valor específico.

A vice-presidente e ministra da Economia da Espanha, Elena Salgado, explicou neste sábado após o término da reunião de dois dias do conselho informal de Ministros de Finanças da União Europeia (Ecofin) que não há nenhuma quantia determinada.

"Há uma ideia, um consenso de que é bom que pouco a pouco as instituições financeiras aumentem seu capital para cumprir os requisitos do que finalmente vai ser Basileia III, mas também por conta das eventualidades deste momento de turbulências nos mercados", disse Salgado.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, lembrou aos ministros que a instituição pode realizar injeções de liquidez de quantias ilimitadas, embora a curto prazo, o que, segundo Salgado, não é o ideal, mas que significa que as necessidades dos bancos estão garantidas.

O responsável do Banco Central polonês, Marek Belka, destacou a possibilidade de recorrer ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês), conforme estipulado pelos chefes de Estado e governo da zona do euro em 21 de julho. No entanto, as novas atribuições do EFSF ainda não estão em vigor.

Segundo Belka, os ministros estudaram como romper o "ciclo vicioso", que ocorreu por conta da interdependência dos bancos e dos governos do bloco europeu.

Em 20 de julho, a Comissão Europeia publicou sua proposta para adaptar a legislação europeia aos acordos internacionais de Basileia III sobre solvência bancária, que estabelecem que as entidades europeias precisarão captar cerca de 460 bilhões de euros de capital até 2019.

Salgado também ressaltou a necessidade de homogeneizar os testes de solvência e de fazer uma avaliação mais rigorosa das entidades mais sistêmicas, de modo a contribuir para gerar confiança nos mercados.

Os ministros de Finanças chegaram também à "conclusão geral" de que é necessário "acelerar a aprovação" das reformas do setor financeiro e "reforçar a supervisão por parte das autoridades nacionais e europeias".

O Ecofin abordou ainda a possível introdução de uma taxa às transações financeiras. Segundo a titular de Economia espanhola, há um consenso entre os grandes países da zona do euro pela introdução do imposto, mas de acordo com o comissário europeu de Mercado Interno, Michel Barnier, a opinião não é compartilhada pela totalidade da UE.

Os ministros adiantaram em uma hora o encerramento da reunião, realizada na cidade polonesa de Breslávia, para que não coincidisse com a manifestação organizada para protestar contra as medidas de austeridade adotadas pelos países da UE para enfrentar a crise.

O presidente da Confederação Europeia de Sindicatos (CES), Ignacio Fernández Toxo, liderou a manifestação pelas ruas de Breslávia, da qual participaram cerca de 12 mil pessoas, segundo as autoridades polonesas, e 50 mil segundo a organização.

Em declarações à Agência Efe, Fernández Toxo qualificou de "péssima notícia" o resultado do encontro de ministros da UE, que não conseguiram acabar com a incerteza sobre o próximo lance do resgate financeiro à Grécia.

Além disso, o sindicalista acusou os ministros de Economia europeus de não serem "conscientes da gravidade da situação" econômica na Europa. EFE

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