Rio de Janeiro, 15 fev (EFE).- As vendas do comércio varejista brasileiro fecharam 2010 em 10,9% em relação ao ano anterior e registrou o maior acumulado em uma década, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O aumento das vendas foi o maior desde que o indicador começou a ser medido em 2001, segundo o organismo oficial.
Em valores, as vendas cresceram 14,5% em 2010 em termos reais, ou seja, já descontada na inflação.
"Os resultados anuais refletem o aumento do poder de compra (dos brasileiros) e da expansão do crédito", assinalou o IBGE em comunicado.
Segundo os analistas do IBGE, a queda do índice de desemprego nos seus menores níveis em muitos anos, o aumento da renda e o crescimento do crédito a seu maior nível histórico incentivaram o consumo, que se transformou no principal motor da economia brasileira nos últimos anos.
A forte expansão das vendas também ajudou a economia brasileira alcançar no ano passado um crescimento que se calcula por volta de 7,5%, o maior em mais de duas décadas.
O setor que mais impulsionou o comércio no ano passado foi o de alimentos, bebidas e supermercados, cujas vendas aumentaram um 9% em volume.
"Este desempenho reflete, principalmente, o aumento do poder de compra da população decorrente do aumento da massa de salário da economia (obtida pela melhora da renda e do emprego) e da expansão do crédito", segundo o IBGE.
As vendas de móveis e eletrodomésticos cresceram 18,3% no ano passado graças também à estabilidade dos preços, acrescenta a entidade.
O setor que exerceu o terceiro maior impacto no comércio foi o de artigos de uso pessoal e doméstico, cujas vendas cresceram 8,8% em 2010.
As vendas de tecidos, confecções e calçados aumentaram 10,7%, assim como as de artigos farmacêuticos e médicos (11,9%), as de combustíveis e lubrificantes (6,6%), as de equipes e materiais para escritório, informática e comunicação (24,1%), e as de livros, jornais, revistas e papelaria (12%).
Segundo o organismo, as vendas de veículos, motocicletas e peças para automotores subiram 14,1%, e as de materiais de construção 15,6%.
Apesar dos bons resultados do ano, o IBGE alertou que as vendas em dezembro não variaram com relação a novembro em volume, o que mostra "uma acomodação após sete meses de resultados positivos".
"Em termos trimestrais, os números registrados também mostram uma desaceleração no ritmo de crescimento do volume de vendas entre o terceiro e o quarto trimestre do ano", acrescentou o organismo. EFE