Votação pacífica e alta participação marcam as eleições na Bolívia

Publicado 04.04.2010, 18:04
Atualizado 04.04.2010, 18:35

La Paz, 4 abr (EFE).- Uma votação pacífica com participação em massa foi a marca das eleições departamentais e municipais realizadas hoje na Bolívia e que definirão o alcance do poder político de Evo Morales e da oposição.

As zonas eleitorais instalados na Bolívia começaram a fechar a partir das 16h local (17h, Brasília) após oito horas de votação em um pleito em que 5.059.453 eleitores estavam habilitados para votar.

Salvo incidentes menores, a principal característica da jornada eleitoral foi a tranquilidade e a afluência dos bolivianos às mesas de votação, segundo a Corte Nacional Eleitoral (CNE) e a Organização dos Estados Americanos (OEA).

O ex-presidente do Panamá e chefe da missão de Observadores do organismo multilateral, Arístides Royo, disse que a votação se "desenvolveu de forma pacífica e com altos níveis de participação".

Mesmo diagnóstico do presidente da CNE, Antonio Costas, que considerou a votação "bem-sucedida" e o dia dedicado ao "complexo evento eleitoral".

Costas se referia a passagem decisiva que a Bolívia dará hoje em seu propósito de construir um Estado autônomo, porque além de escolher os nove governadores do país, eleitores designarão os 267 membros das novas assembléias departamentais, que pela primeira vez terão capacidade legislativa em seus territórios.

Os bolivianos também escolhem 337 prefeitos, 1.851 vereadores, oito subgovernadores, 11 executivos setoriais de desenvolvimento e 19 corregedores de setor, no total 2.502 novas autoridades.

Analistas críticos a administração Morales advertiram hoje do problema que supõe para o Estado esse elevado número de autoridades territoriais sem que se tenha sido aprovada ainda a Lei de Autonomias, cuja apresentação perante a Assembleia Legislativa por parte do Governo está prevista para os próximos dias.

Além disso, estas eleições podem desenhar um novo mapa político nos departamentos e nas Prefeituras onde ainda existem redutos controlados por opositores ao presidente.

Morales, que como sempre votou em seu bastião cocaleiro do Chapare (centro), destacou que durante seu mandato presidencial a Bolívia aprofundou a democracia com a realização de diversos processos eleitorais e consultivos, ao contrário dos períodos políticos anteriores marcados, indicou, por golpes de Estado, ditaduras militares e a posterior "democracia pactuada".

"Vamos demonstrar que a Bolívia é um país democrático, que não somente se expressa na legitimidade, mas também na legalidade e na constitucionalidade", disse o presidente.

As pesquisas apontam para a vitória dos candidatos governistas em La Paz, Oruro, Potosí, Cochabamba; a oposição em Santa Cruz e Beni; enquanto as leituras de intenções de voto são diversas em Tarija, Pando e Chuquisaca.

Em dezembro de 2005 Morales foi eleito presidente da Bolívia com um apoio do 53,7%; em julho de 2006, seu partido ganhou a eleição da constituinte (50,7%); e em agosto de 2008, Morales venceu no referendo sobre mandatos (67,4%).

Em janeiro de 2009 se impôs nas urnas o projeto de nova Constituição (61,4%) e em dezembro conseguiu a reeleição para o período de 2010-2015, graças a um apoio do 64,2%.

Entre as incidências da jornada de hoje destaca-se a denúncia do Governo central que acusou à Prefeitura interina de Tarija (sul) de ter instruído o fechamento da fronteira com a Argentina para evitar que os bolivianos residentes nas zonas próximas do país vizinho votassem.

No entanto, a Corte Eleitoral esclareceu que se trata de uma norma emitida por este organismo vigente em todas as passagens fronteiriças do país.

Além disso, 300 pessoas foram detidas por descumprir o chamado "Auto de Bom Governo" que rege os processos eleitorais bolivianos e impede a circulação de veículos, salvo autorização expressa, e consumo de bebidas alcoólicas durante o dia de votação. EFE

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