BERLIM (Reuters) - A Alemanha está disposta a descongelar os pagamentos ao Fundo Amazônia, disse um porta-voz do Ministério do Desenvolvimento do país nesta quarta-feira, após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a Presidência.
"Dentro do governo, há uma grande vontade de procurar rapidamente o Brasil", e Berlim deve discutir o assunto com a equipe de transição de lá, disse o porta-voz em uma coletiva de imprensa regular.
O Fundo Amazônia, projeto que envolve Alemanha, Noruega e o governo brasileiro, foi congelado em 2019 pelo governo de Jair Bolsonaro e enfraqueceu as medidas de proteção ambiental na maior floresta tropical do mundo. O fundo dispõe de mais de 500 milhões de dólares.
Bolsonaro perdeu a eleição de domingo para Lula, que prometeu proteger a Floresta Amazônica e restaurar a liderança brasileira no combate às mudanças climáticas.
A Noruega está "pronta para discutir os passos necessários para reabrir o Fundo Amazônia junto com o novo governo brasileiro e a Alemanha", disse o ministro norueguês do Clima e Meio Ambiente, Espen Barth Eide, na segunda-feira.
"Temos notado sinais claros positivos da campanha de Lula em relação às iniciativas políticas destinadas a reduzir rapidamente o desmatamento na Amazônia", disse ele em comunicado.
O prazo para reativar o fundo depende da rapidez com que o Brasil criará as condições para retomar o trabalho, disse o porta-voz do ministério alemão. É improvável que isso aconteça antes que Lula tome posse em 1º de janeiro.
(Reportagem de Miranda Murray e Rachel More)