Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro acusou nesta quinta-feira seu ex-ministro da Justiça Sergio Moro de mentir e de ser "traíra" ao comentar conclusão da Polícia Federal em inquérito que apurava possível ingerência do mandatário no comando da corporação.
A investigação foi aberta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) há cerca de dois anos a pedido do procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, para apurar se Bolsonaro ou Moro, que fez a acusação de interferência, teriam cometido crime.
"Sergio Moro além de traíra é mentiroso", disse o presidente na tradicional live semanal transmitida pelas redes sociais.
Em relatório encaminhado ao Supremo na véspera, a Polícia Federal informou ter concluído que Bolsonaro não cometeu crime, além de isentar Moro de responsabilidade criminal.
Foi Moro quem acusou o presidente de ingerência no comando da PF em abril de 2020, quando deixou o cargo de ministro da Justiça do governo.
Bolsonaro, que busca a reeleição, vê Moro como um de seus adversários na disputa eleitoral.
O ex-ministro e ex-juiz, no entanto, colocou sua pré-candidatura ao Planalto em modo de espera nesta quinta-feira. Moro deixou o Podemos e migrou para o União Brasil, e anunciou que abre mão da intenção de disputar a Presidência da República "nesse momento".