Por Nidal al-Mughrabi e Maayan Lubell
GAZA/JERUSALEM (Reuters) - Israel fez um ataque em Gaza e palestinos dispararam foguetes contra cidades israelenses neste sábado, depois que uma operação de Israel contra o grupo militante Jihad Islâmica pôs fim a mais de um ano de relativa tranquilidade ao longo da fronteira.
Na sexta-feira, Israel matou um comandante sênior do grupo em um ataque aéreo surpresa durante o dia em um arranha-céu na Cidade de Gaza, o que levou a disparos de foguetes em resposta.
Neste sábado, Israel atacou militantes da Jihad Islâmica e depósitos de armas escondidos em áreas residenciais, disseram militares. Bombardeios atingiram pelo menos cinco casas, disseram testemunhas, conduzindo enormes nuvens de fumaça e detritos ao ar enquanto explosões abalavam a Cidade de Gaza.
Os ataques israelenses já mataram 15 palestinos, incluindo pelo menos quatro militantes da Jihad Islâmica e três civis, um deles uma criança, segundo o Ministério da Saúde da Palestina. Ele acrescentou houve dezenas de outros feridos.
Militantes palestinos dispararam pelo menos 200 foguetes contra Israel - a maioria deles interceptados, disparando sirenes de ataques aéreos e enviando pessoas correndo para abrigos antiaéreos. Não houve relatos de vítimas graves, disse o serviço de ambulância israelense.
O Egito disse que está envolvido em negociações intensivas para acalmar a situação. Uma maior escalada dependeria em grande parte se o Hamas, o grupo militante islâmico que controla Gaza, optar por se juntar aos combates.
Uma delegação de inteligência egípcia chefiada pelo major-general Ahmed Abdelkhaliq chegou a Israel neste sábado e estaria viajando para Gaza para negociações de mediação, disseram duas fontes de segurança egípcias. Eles esperavam garantir um cessar-fogo de um dia para realizar as negociações, acrescentaram as fontes.
A Jihad Islâmica não sinalizou qualquer cessar-fogo imediato. "A hora agora é de resistência, não de trégua", disse uma autoridade do grupo à Reuters. O grupo não disse quantos de seus membros foram mortos desde sexta-feira.
Israel interrompeu o transporte de combustível para Gaza que estava planejado pouco antes de atacar na sexta-feira, paralisando a única usina de energia do território e reduzindo a capacidade de eletricidade para cerca de 8 horas por dia, com autoridades de saúde alertando que em poucos dias os hospitais devem ser severamente afetados.
A fronteira esteve em grande parte tranquila desde maio de 2021, quando 11 dias de combates ferozes entre militantes e Israel deixaram pelo menos 250 mortos em Gaza e 13 em Israel.
O enviado da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland, disse estar profundamente preocupado com a violência e a Autoridade Palestina, apoiada pelo Ocidente, condenou os ataques de Israel.
Israel tem imposto medidas especiais de segurança em seus territórios do sul, perto de Gaza, e está se preparando para convocar cerca de 25 mil militares, de acordo com a Rádio do Exército. As ruas das cidades próximas à fronteira estavam vazias.
(Reportagem adicional de Ahmed Mohamed Hassan no Cairo, Amir Cohen em Sderot e Eli Belzon em Ashkelon)