Por Elias Biryabarema
KAMPALA (Reuters) - Cleopatra Kambugu é bióloga molecular, estrela de um documentário da Netflix (NASDAQ:NFLX) e uma ativista social proeminente de Uganda.
Ela também foi designada como homem no nascimento e se tornou umas das primeiras de um grupo pequenos de ugandenses que mudaram oficialmente sua identidade de gênero. Agora ela quer que Uganda amplie as opções em seu próximo censo de 2023 para incluir a comunidade transgênero.
"Não contamos pessoas transgênero em nenhum documento... o gênero é masculino ou feminino", disse Kambugu, de 35 anos.
"Você é um pensamento secundário... apagada. Então será que podemos tratar do apagamento geracional deliberado?"
Kambugu espera que, ao documentar a comunidade transgênero, esta tenha mais voz e mais segurança em um país conservador no qual as pessoas transgênero não têm situação legal e costumam ser confundidas com membros da comunidade gay.
Leis dos tempos coloniais que proíbem o sexo homossexual continuam em vigor, e os gays enfrentam prisão, ostracismo e violência.
Fridah Mutesi, advogada que comanda um escritório que defende os direitos de minorias sexuais, disse que as pessoas transgênero são espancadas, repudiadas pelas famílias, estupradas e expulsas de vilarejos. A maioria mantém a identidade em segredo.
Frank Mugabi, porta-voz do Ministério de Gênero, Trabalho e Desenvolvimento Social, não quis comentar ao ser indagado se uma mudança no censo seria cogitada.