Por Flávia Marreiro
SÃO PAULO, 11 Jan (Reuters) - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é avaliado como ótimo ou bom por 41,3% da população, enquanto 38,4% o veem como ruim ou péssimo, mostrou nesta quarta-feira pesquisa AtlasIntel realizada após os ataques violentos às sedes dos Três Poderes em Brasília por bolsonaristas radicais.
Para 14,3% o governo é regular, e 6% não souberam responder. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
O levantamento mostra também que 51,1% aprovam o desempenho de Lula, praticamente repetindo o número de votos válidos que ele teve no segundo turno da eleição do ano passado (50,9%) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto 41,6% desaprovam o petista e 7,4% não souberam responder.
As expectativas para o governo Lula mostram números parecidos: 53,7% acreditam que a administração do petista será melhor que a de Bolsonaro, enquanto 41,9% esperam que seja pior e 4,4%, igual.
“A rejeição de Lula caiu um pouco, mas nada muito impressionante. Geralmente o efeito positivo para a popularidade do vencedor de uma eleição presidencial é maior”, afirmou Andrei Roman, CEO da AtlasIntel. “A polarização domina o quadro.”
Considerando diferentes áreas, a melhor expectativa se dá nas relações internacionais do Brasil, com 63% esperando que o desempenho do novo governo seja melhor que o anterior, contra 29% que acreditam que será pior.
A expectativa positiva mais baixa se dá no campo do combate à corrupção: apenas 42% acreditam que a administração Lula será melhor, contra 46% que esperam um desempenho pior.
Na área da economia e facilidade dos negócios, 55% esperam que o governo Lula terá um desempenho melhor, enquanto 38% acham que será pior.
Em relação à situação econômica atual de sua família, 23% consideram boa, 39% a veem como normal e 39% avaliam como ruim. Já na avaliação do país, apenas 16% consideram o quadro bom, enquanto 31% consideram normal e 54%, ruim.
Mas os entrevistados estão otimistas com relação à economia. Perguntados sobre o cenário econômico daqui a seis meses, 49% acham que a situação da família vai melhorar, 19% acham que ficará igual e 32% que vai piorar. Para o Brasil, a expectativa é que o quadro melhore para 53%, que siga igual para 11% e que piore para 36%.
Para 40% dos entrevistados, o legado do governo Bolsonaro é muito negativo e 10,8% avaliam como negativo. A soma dessas duas parcelas dos entrevistados, 50,8%, também repete praticamente o número de votos válidos obtidos por Lula contra o ex-presidente na eleição de outubro.
Já 23,6% acreditam que o legado de Bolsonaro é muito positivo e 11,6 veem como positivo, somando 35,2%. Outros 13,8%consideram que o legado é misto (tanto positivo como negativo).
A imagem de Lula é positiva para 52% dos entrevista e negativa para 44%. Em relação a Bolsonaro, 43% têm uma imagem positiva e para 54% a imagem do ex-presidente é negativa.
A pesquisa foi realizada pela internet com 2.200 pessoas entre terça-feira e esta quarta.
(Reportagem adicional e texto de Alexandre CaverniEdição de Pedro Fonseca)