Investing.com – A dinâmica de fecha e abre do lockdown na China na política de covid-zero vem afetando indicadores econômicos e setores importantes para economia do gigante asiático, como o imobiliário. Diante deste cenário, o BTG (BVMF:BPAC11) apontou em relatório que continua sem alocação tática direta em China no momento, mas possui exposição à tese de reabertura gradual para o próximo ano via ativos no Brasil ligados à economia chinesa, especialmente em commodities;
De acordo com os analistas Álvaro Frasson, Arthur Mota e Leonardo Paiva, a expectativa é de que a reabertura estrutural ganhe força no segundo trimestre do ano que vem, período das reuniões anuais do Congresso Nacional do Povo (NPC) e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC). Os analistas ponderam que há chances de que a normalização aconteça no trimestre anterior e reforçam que o processo não deve ser linear.
Tendo esse cenário como base, o BTG estima que o PIB chinês suba 4,85% no ano que vem. Considerando um cenário otimista, o valor seria de 5,50% e, para o pessimista, 3,98%. Para o setor imobiliário, os analistas avaliam que o curto prazo ainda é desafiador, com queda no volume de vendas. As projeções no médio prazo oferecem melhor sinalização. O banco acredita que as fontes de financiamento ainda estão travadas. No entanto, com a importância do setor, que representa cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB), o governo retomou o suporte com menores restrições de acesso ao crédito, com extensões de pagamento e acesso a fundos pré-venda. Além disso, entre outras medidas de apoio ao setor, a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC), que é o órgão regulador, suspendeu a proibição de refinanciamento de ações para empresas do setor imobiliário listadas. Assim, o banco avalia que o setor imobiliário deve apresentar uma recuperação lenta no ano que vem, principalmente no último semestre.
Estratégia indireta para mercado chinês
O banco BTG optou por uma alocação indireta em relação à tese de reabertura do gigante asiático, via exposição em ativos brasileiros. As preferências são Gerdau (BVMF:GGBR4), Vale (BVMF:VALE3) e Suzano (BVMF:SUZB3). O time de renda variável já incorporou os cenários para as perspectivas relacionadas às commodities, com destaque para negociações muito abaixo do custo em alumínio e aço. Por outro lado, o banco vê o minério de ferro negociado um pouco acima da curva de custo, mas pondera que projeta um pequeno superávit no mercado transoceânico em 2023.