Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira que o Congresso vai tentar manter um ritmo de votações este ano, apesar das eleições, mas não fará nenhum movimento que possa trazer instabilidade econômica, mexer com teto de gastos ou afetar o câmbio ou o crescimento do país.
"(Não faremos) nenhum tipo de votação que ponha em risco teto de gasto, que desenfreie a questão do dólar, que vá mexer com taxa de crescimento. Vamos medir todos os passos para que o Congresso trabalhe sempre com a previsibilidade", disse Lira no seminário CEO Conference, organizado pelo banco BTG Pactual (SA:BPAC11).
Lira disse ainda que as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que mexem com a tributação dos combustíveis estão descartadas no momento e o Congresso irá se concentrar na aprovação do PLP 110, que está no Senado.
O presidente da Câmara defendeu ainda que o Senado vote, este ano, a proposta de mudança no Imposto de Renda e disse que, isso acontecendo, a Câmara deve votar então a criação da Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), que é parte das mudanças tributárias que estão sendo analisadas na Casa.
Lira defendeu ainda a aprovação da reforma administrativa. Segundo o presidente da Câmara, a proposta está pronta para ser levada a plenário, mas "faltou apoio do governo".
"Porque alguém disse que é ano eleitoral, que o presidente (Jair Bolsonaro) precisa de 60 milhões de votos e isso vai atrapalhar", afirmou. "A reforma administrativa precisa de uma mobilização nacional de quem paga a conta para ser votada."