(Reuters) -A conta da primeira-dama Janja Lula da Silva na plataforma X foi hackeada na noite de segunda-feira e o responsável pela invasão publicou mensagens ofensivas a ela e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, gerando uma investigação da Polícia Federal e uma notificação à plataforma pela Advocacia-Geral da União (AGU).
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em quatro endereços em Minas Gerais, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), em investigação relacionada ao caso, segundo uma fonte da corporação.
Mais cedo, a PF havia informado em nota que tinha pedido o bloqueio da conta "após postagens ofensivas contra a senhora Janja e o presidente da República" e que estava instaurando inquérito policial para aprofundar as investigações.
Janja se manifestou pela primeira vez sobre o episódio em uma publicação no Instagram, afirmando que o incidente representa uma agravamento dos "ataques de ódio e o desrespeito que eu sofro diariamente".
"Minha conta do X foi hackeada e, por minutos intermináveis, foram publicadas mensagens misóginas e violentas contra mim. Posts machistas e criminosos, típicos de quem despreza as mulheres, a convivência em sociedade, a democracia e a lei", disse Janja na publicação.
Ela defendeu que "o ódio, a intolerância e a misoginia precisam ser combatidos e, os responsáveis, punidos".
Na segunda-feira, o caso já havia gerado reações da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência e do ministro responsável pelo órgão, Paulo Pimenta, que chamou o responsável pela invasão de "canalha".
"Canalhas criminosos hackearam o perfil da Janja. Serão identificados e responderão por mais esse crime. Os covardes que compartilham e comentam destilando seu ódio, preconceito e violência também serão identificados", escreveu Pimenta na mesma plataforma de rede social.
"Todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas. Não serão tolerados crimes, discursos misóginos, o ódio e a intolerância nas redes sociais", disse a Secom.
A AGU, por sua vez, notificou o X, anteriormente conhecido como Twitter, para que a conta da primeira-dama na plataforma fosse congelada de imediato até a conclusão das investigações e para que a empresa responsável pela plataforma preserve "os registros e elementos digitais relacionados à conta (@JanjaLula), incluindo, mas não se limitando a, logs de acesso, endereços IP, mensagens diretas, e quaisquer outras informações relevantes, a fim de subsidiar futuras ações judiciais".
Na manhã desta terça era possível acessar o perfil da primeira-dama na plataforma, mas não havia nenhuma publicação.
(Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito, em Brasília, e Eduardo Simões e Fernando Cardoso, em São PauloEdição de Pedro Fonseca)