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Lula diz que cúpula será marco para defesa da Amazônia e reitera cobrança a países ricos

Publicado 08.08.2023, 08:51
Atualizado 08.08.2023, 10:25
© Reuters. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro com jornalistas, em Brasília
02/08/2023
REUTERS/Ueslei Marcelino

(Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que acredita que a realização da Cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) desta semana em Belém será "um marco" na história da defesa da Amazônia, e voltou a criticar países ricos por não cumprirem promessas de ajudarem financeiramente países em desenvolvimento para que consigam combater as causas e efeitos das mudanças climáticas.

O presidente, desta vez, ainda foi além em suas críticas e disse que apenas recursos não bastam e que os países desenvolvidos precisam fornecer participação científica e conhecimento para ajudar a população que vive na Amazônia e em outras grandes florestas em países em desenvolvimento.

"Os países ricos acham que tudo se resolve prometendo dinheiro. E não é só dinheiro. O que nós queremos é participação científica, contribuição e poder ter os recursos necessários", disse Lula durante live semanal em suas redes sociais, transmitida direto da capital paraense.

O presidente reiterou que não deseja que a Amazônia seja um "santuário" para o mundo, mas que seja um lugar em que se possa conhecer sua biodiversidade. Segundo Lula, a cúpula desta semana será um marco.

"A história da defesa da Amazônia, da defesa da floresta e da questão transição ecológica vão ter dois momentos: antes e depois desse encontro", disse.

Lula ainda afirmou que a questão da preservação da Amazônia, que deve ser o foco central nos dois dias da cúpula, não se trata apenas de proteger a vegetação da floresta, mas também suprir todas as necessidades das milhões de pessoas que vivem na região.

O presidente disse que a proteção de árvores e rios é importante para a manutenção das atividades econômicas dos habitantes da Amazônia e que deseja melhorar as condições de vida locais ao levar oportunidades de educação, saúde e lazer, além de ampliar a atuação da Polícia Federal e das Forças Armadas na região.

"Aos poucos a gente vai suprir todas as necessidades que o povo que mora em lugares mais distantes tem e cuidar do povo da Amazônia. Nós temos dito que o problema da Amazônia não é só ficar olhando a copa, é olhar o que tem embaixo. Embaixo tem gente", acrescentou.

Nesta semana, a cúpula da OTCA está reunindo líderes dos oito países da floresta amazônica pela primeira vez em 14 anos, com planos de chegar a um amplo acordo sobre questões que vão desde o combate ao desmatamento até o financiamento do desenvolvimento sustentável.

O encontro pode alcançar um pacto regional para interromper o desmatamento até 2030, acabar com o garimpo ilegal de ouro e cooperar no policiamento transfronteiriço de crimes ambientais. Espera-se que os líderes anunciem o acordo final, conhecido como Declaração de Belém, no final da tarde desta terça-feira.

© Reuters. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro com jornalistas, em Brasília
02/08/2023
REUTERS/Ueslei Marcelino

Estarão presentes os presidentes de Bolívia, Brasil, Colômbia, Guiana e Peru, enquanto Venezuela, Equador e Suriname enviarão representantes.

Na live, Lula reafirmou que um outro objetivo da cúpula é levar os países participantes a formarem um bloco único para as discussões da COP 28, que ocorrerá nos Emirados Árabes, em dezembro. O presidente também disse que é preciso convencer os líderes globais a comparecerem na COP 28 para que os compromissos assumidos sejam cumpridos.

(Por Fernando Cardoso, em São PauloEdição de Pedro Fonseca)

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