Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Em meio à disputa por cargos de segundo escalão, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, foi emparedado após cerimônia no Palácio do Planalto por deputados do PSD que pediam nomeações e liberação de emendas.
Pelo menos cinco parlamentares, incluindo o líder da bancada, Antonio Brito (BA), cercaram o ministro no Salão Nobre do Palácio para cobrar a liberação de emendas e a nomeação para a presidência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
A bancada indicou formalmente para o governo o nome de Domingos Filho, ex-vice-governador do Ceará e pai do deputado Domingos Neto (PSD-CE), mas as nomeações ainda não foram definidas.
Desde a recriação da Funasa, uma exigência do centrão para aprovar a medida provisória de reestruturação do governo, a presidência do órgão está em disputa entre PSD, União Brasil e Republicanos, que acabou de aderir à base com a entrada de Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) no Ministério de Portos e Aeroportos.
"Não está nada definido ainda", disse uma fonte palaciana.
Os parlamentares também querem a liberação de emendas e nomeações para hospitais federais no Rio de Janeiro.
Na conversa com Padilha, uma das deputadas chegou a dizer para o ministro: "Se a gente dançar, a Nísia (Trindade) vai dançar também", ameaçando a permanência da ministra da Saúde no cargo, em uma parte da conversa gravada pela rádio CBN.
O ministério era um dos cobiçados pelo centrão na minirreforma ministerial feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para incluir Republicanos e PP no governo.
Ao final da conversa, Padilha virou para os jornalistas que assistiram a cena e brincou: "Vocês viram o verdadeiro baculejo que a Delegada Katarina fez comigo", referindo-se à deputada de Sergipe.
A Reuters procurou o líder do partido e outros parlamentares, mas não obteve resposta.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)