Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, pediu nesta quinta-feira uma condenação forte do governo brasileiro à invasão russa da Ucrânia.
"Estamos esperando que o Brasil condene este ataque russo com a Ucrânia. Neste momento precisamos de sinais fortes para convencer a Rússia a ceder essas hostilidades", disse o diplomata em entrevista em Brasília.
"Primeiro, precisamos de um sinal forte de condenação, chamar o agressor de agressor", acrescentou.
Tkach afirmou que está em contato com autoridades brasileiras, mas não nominou quais seriam.
O Itamaraty divulgou uma nota em que diz acompanhar "com grave preocupação" o que chamou de "deflagração de operações militares" pela Rússia e pediu a suspensão imediata de hostilidades e o início de negociações. O tom da nota ficou distante de uma condenação direta à invasão.
Mais cedo, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o Brasil não estava neutro, à medida que defendeu no Conselho de Segurança das Nações Unidas o respeito à soberania dos povos e a integridade do território da Ucrânia.
Ao contrário do Itamaraty, Mourão foi mais duro e fez um paralelo entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o ditador da Alemanha nazista, Adolf Hitler. O vice-presidente ainda defendeu o uso da força na defesa da Ucrânia, afirmando que Putin não entende "apaziguamentos".