SAN SALVADOR (Reuters) - Pelo menos 300 pessoas protestaram em El Salvador neste sábado contra uma repressão antigangues que, segundo elas, está prendendo pessoas inocentes, horas antes do país centro-americano sediar o concurso Miss Universo pela primeira vez desde 1975.
Algumas garantias constitucionais foram suspensas desde março de 2022, em um controverso estado de exceção defendido pelo presidente do país, Nayib Bukele. A decisão permitiu que forças de segurança estatais prendessem mais de 70 mil supostos membros de gangues.
A operação é muito popular entre salvadorenhos e tem ajudado a reduzir as taxas de crime e homicídio, atraindo eventos internacionais como o Miss Universo, no qual El Salvador teria investido 60 milhões de dólares para sediá-lo.
Grupos de direitos humanos, no entanto, alegaram que a repressão tem levado a prisões arbitrárias, tortura e morte detentos.
Manifestantes na capital San Salvador marcharam neste sábado do Monumento à Constituição da cidade a um hotel onde dezenas de delegados do Miss Universo estão hospedados.
Manifestantes na capital San Salvador marcharam neste sábado do Monumento à Constituição da cidade até um hotel onde dezenas de candidatas ao Miss Universo estão hospedadas.
Alguns usaram faixas que diziam "Miss Prisioneiros Políticos","Miss Perseguição" e "Miss Julgamentos em Massa", em referência a julgamentos em grupo que foram anunciados para milhares de pessoas presas.
(Reportagem de Nelson Renteria)