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Publicado 04.12.2024, 08:06
© Reuters
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Investing.com – Wall Street aguarda o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, BC americano), Jerome Powell, nesta quarta-feira, 4, em um cenário de aparente otimismo.

Enquanto isso, a Salesforce superou as expectativas com seus resultados do terceiro trimestre e, na Europa, o governo francês enfrenta uma votação de desconfiança.

No Brasil, os destaques são a disparada das taxas de juros e a apresentação do relatório da reforma tributária no Senado.

VEJA: Calendário Econômico do Investing.com

1. Discurso de Powell e dados de emprego privado nos EUA

O presidente do Fed, Jerome Powell, fará um discurso em Washington nesta quarta-feira, e investidores estão atentos às suas declarações, em busca de novas pistas sobre os próximos passos da política monetária.

A fala ocorre poucas semanas antes da última reunião do Fed em 2024, quando o mercado espera amplamente que o banco central corte a taxa de juros em 25 pontos-base.

Entretanto, o índice de preços ao consumidor (IPC) de outubro registrou alta anual de 2,6%, após 2,4% em setembro, enquanto o núcleo do IPC – que exclui alimentos e energia – subiu 3,3% no mesmo período, ambos acima da meta de 2% do Fed.

Ainda, o potencial retorno de políticas comerciais protecionistas sob o presidente eleito Donald Trump, com possíveis tarifas sobre importações, eleva preocupações sobre pressões inflacionárias no longo prazo.

Além do discurso de Powell, investidores monitoram de perto os dados do relatório oficial de empregos nos EUA (payroll), que será divulgado na sexta-feira, com expectativa de números fortes, devido à resiliência do mercado de trabalho.

Enquanto isso, os futuros das ações americanas avançavam antes da abertura das Bolsas em Nova York, ampliando os ganhos recentes enquanto o mercado aguarda dados de emprego privados.

Por volta das 7h45 de Brasília, Dow Jones subia 205 pontos (0,46%), ao mesmo tempo em que o S&P 500 ganhava 24 pontos (0,25%) e o Nasdaq 100 avançava 113 pontos (0,54%) no mercado futuro.

CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street

Embora os índices tenham operado dentro de margens estreitas na terça-feira, o S&P 500 e o Nasdaq encerraram em máximas históricas, enquanto o Dow Jones recuou ligeiramente.

Os holofotes estão no relatório de emprego privado da ADP de novembro, que será divulgado mais tarde, em antecipação ao relatório oficial do payroll na sexta-feira.

Além disso, investidores analisam os resultados trimestrais de empresas como Foot Locker, Dollar Tree e Chewy, enquanto as ações da Salesforce devem disparar após números fortes no terceiro trimestre.

2. Salesforce surpreende com resultados sólidos

As ações da Salesforce subiram mais de 10% no pré-mercado nesta quarta-feira, após o fechamento em US$331,43 na terça-feira, impulsionadas por resultados acima do esperado no terceiro trimestre e uma revisão positiva para sua previsão anual de receita.

A receita do trimestre cresceu 8%, atingindo US$9,44 bilhões, superando a estimativa média de US$9,35 bilhões, segundo dados da LSEG.

A empresa agora projeta receita anual entre US$37,8 bilhões e US$38 bilhões, contra uma previsão anterior que começava em US$37,7 bilhões.

As ações da Salesforce já acumularam alta superior a 25% no ano, e analistas da Jefferies consideram que o papel ainda está subvalorizado, com preço-alvo ajustado para US$425, mantendo recomendação de compra.

Por outro lado, a corretora também apontou preocupações com a desaceleração nas margens de lucro e no crescimento de negócios adquiridos recentemente.

3. Voto de desconfiança contra governo francês e crise na Coreia do Sul

A coalizão liderada pelo primeiro-ministro francês, Michel Barnier, pode desmoronar nesta quarta-feira, enquanto parlamentares se preparam para votar moções de desconfiança devido à austeridade de seu orçamento, que visa reduzir um elevado déficit fiscal.

A crise política na França se intensificou desde as eleições antecipadas convocadas em junho pelo presidente Emmanuel Macron, levando o índice CAC 40 a recuar quase 10% e o euro a perder cerca de 4% no período.

Um colapso governamental enfraqueceria as chances de enfrentar os desafios fiscais do país, com o Tesouro francês prevendo um déficit de até 7% do PIB em 2025, caso as medidas de Barnier sejam rejeitadas.

Além disso, a economia francesa dá sinais de fraqueza, com o PMI composto de novembro caindo para 45,9, ante 48,1 em outubro, aprofundando a contração.

Em paralelo, a Coreia do Sul enfrenta sua maior crise política em décadas, após o presidente Yoon Suk Yeol revogar uma declaração de lei marcial horas depois de anunciá-la, gerando turbulência no cenário interno.

4. Petróleo avança antes de reunião da Opep+

Os preços do petróleo registraram leve alta nesta quarta-feira, devido a tensões geopolíticas e expectativas de que a Opep+ mantenha cortes na produção, apesar da demanda moderada.

No momento da redação, o barril do Brent, referência internacional e para a Petrobras (BVMF:PETR4), valorizava-se 0,75%, a US$ 74,18, enquanto o barril do Texas (WTI), referência nos EUA, registrava alta de 0,67%, a US$ 70,42.

CONFIRA: Cotação das principais commodities

Preocupações com a fragilidade da trégua entre Israel e Hezbollah, os conflitos na Síria e na Ucrânia, e a instabilidade na Coreia do Sul têm sustentado os preços.

Ainda assim, o mercado foi pressionado por dados que apontaram um aumento inesperado nos estoques de petróleo nos EUA.

A reunião da Opep+ marcada para quinta-feira será crucial, com os principais produtores buscando consenso sobre a manutenção ou alteração dos cortes de produção planejados para o próximo ano.

O grupo avalia o impacto de uma demanda global enfraquecida combinada a um aumento na oferta, fatores que podem pressionar os preços em 2025.

5. Disparada das taxas futuras e expectativa para relatório da Tributária no Brasil

Os juros futuros tiveram forte alta no pregão de ontem, repercutindo dados do PIB acima das expectativas e preocupações fiscais, o que levou o mercado a precificar a Selic terminal em 15%.

O avanço do PIB teve como destaque o consumo das famílias (+1,5%) e o setor de serviços (+0,9%), mas reforçou apostas de um Banco Central mais agressivo, com alta de até 100 pontos-base na Selic já em dezembro.

No calendário de hoje, a expectativa é que o relator da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), apresente à CCJ seu parecer. Após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Braga destacou avanços, como o fechamento de questões sobre a cesta básica, mas evitou detalhar os entraves restantes. Descartou ainda a possibilidade de votação extraordinária, afirmando que o cronograma depende dos presidentes da CCJ, Davi Alcolumbre, e do Senado, Rodrigo Pacheco. O Congresso tem até o recesso parlamentar para avançar, com as discussões retomando em fevereiro.

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