Ibovespa fecha em queda pressionado por Petrobras, mas sobe em semana marcada por resultados corporativos
(Reuters) - As ações da Lojas Renner (BVMF:LREN3) caíam nesta sexta-feira após a varejista publicar um balanço do segundo trimestre que mostrou um desempenho afetado pelas despesas, levantando dúvidas sobre a recuperação da margem de lucro, de acordo com analistas.
Os papéis da Renner se desvalorizavam 6,7% para R$16,82 às 11:18. Porém, a ação se encaminha para terminar a semana com alta de cerca de 2%.
A Renner aumentou seu lucro líquido em 28,4% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando R$404,5 milhões, segundo relatório de resultados divulgado na quinta-feira.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia teve uma expansão de 32,9% na mesma base no segundo trimestre, para R$891 milhões, apoiado na alta de 18,5% da receita líquida de varejo, a R$3,65 bilhões.
Analistas, em média, esperavam lucro líquido de R$412 milhões e Ebitda de R$809 milhões para a empresa no período, segundo estimativas compiladas pela LSEG.
Em uma conferência com analistas, o presidente-executivo, Fabio Faccio, e o diretor financeiro, Daniel Martins, disseram que o desempenho está sendo afetado por gastos elevados.
"Nossos patamares de despesas ainda não estão onde gostaríamos, mas temos certeza que os investimentos realizados nos permitirão um crescimento de vendas superior ao das despesas", disse Martins.
O crescimento das vendas foi apoiado pelo incremento de preços, representando 60%, enquanto 40% foi devido ao volume.
Para o segundo semestre, os executivos esperam ajustes de preço próximos à inflação, e Faccio acrescentou que ainda vê espaço para continuar repassando custos aos preços.
"Quando a gente olha no cenário competitivo, acho que o nosso (preço) é o que está crescendo menos", disse ele.
De acordo com analistas da BTG (BVMF:BPAC11), a empresa pode apresentar sinais positivos nos próximos trimestres apesar de enfrentar um crescimento mais lento e desafios para recuperar margens em um segmento mais competitivo, além de uma desaceleração esperada no segundo semestre de 2025 especialmente devido a comparações mais difíceis.
Segundo Luiz Guanais e equipe, a empresa oferece um potencial de valorização atrativo, com possibilidade de melhoria na margem bruta e execução consistente do segundo trimestre, comprovada pelo crescimento das vendas nas mesmas lojas e expansão da margem.
(Por Michael Susin)