Ibovespa fecha em queda pressionado por Petrobras, mas sobe em semana marcada por resultados corporativos
Investing.com – O Barclays (LON:BARC) avalia que o impacto econômico negativo das tarifas impostas pelos Estados Unidos pode se ampliar de forma relevante nos próximos meses, à medida que os efeitos retardados se materializem e novas medidas entrem em vigor.
Em relatório intitulado “Mind the tariff gap”, o banco destacou que, até junho, a taxa tarifária efetiva estava em “apenas” 10%, com mais da metade das importações ainda entrando no país sem tributação.
Segundo os analistas, “a verdadeira surpresa na resiliência da economia americana não está em sua reação às tarifas, mas no fato de que o avanço na taxa efetiva tem sido mais moderado do que se supõe”.
As estimativas do Barclays apontam que, até agora, as tarifas reduziram em cerca de 0,4% o produto interno bruto, mas a instituição alerta para “um impacto adicional próximo de 1% decorrente de novos aumentos e dos efeitos tardios das tarifas já aplicadas”.
A expectativa é de que as medidas elevem o nível geral de preços em 0,8%, sendo que pelo menos três quartos desse impacto ainda não foram sentidos.
O avanço efetivo observado até junho representa “provavelmente apenas metade do aumento total que deve ocorrer”, afirmou o banco, citando como fatores tarifas recíprocas mais altas já anunciadas, novas medidas setoriais em elaboração, possível retirada de isenções e a incerteza sobre a continuidade dos atuais padrões de desvio comercial.
“Será essencial acompanhar se a isenção para eletrônicos permanecerá em vigor”, acrescentou a instituição.
Com base em dados detalhados, o Barclays atribui a limitação do impacto até agora ao redirecionamento de fluxos comerciais da China e às isenções previstas no Acordo Estados Unidos–México–Canadá.
O repasse aos preços até junho foi “ligeiramente mais contido do que indicam os modelos”, mas as projeções do banco sugerem que a pressão inflacionária seguirá em alta nos próximos meses.