RIO DE JANEIRO (Reuters) -O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) viajou a Pernambuco neste sábado para fazer campanha em busca de reduzir a vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apontada por pesquisas no Nordeste, e reiterou a promessa de manter em 600 reais o valor do Auxílio Brasil, programa que substituiu o antigo Bolsa Família.
Bolsonaro participou de uma Marcha para Jesus em Garanhuns, a terra natal de Lula, onde fez um discurso com críticas ao principal adversário na corrida pelo Palácio do Planalto ao mencionar escândalos de corrupção do passado, e exaltou feitos de seu próprio governo, principalmente na economia.
"No Brasil todo, a média da gasolina já está abaixo de 5 reais. Um governo que atendeu aos mais necessitados e aos mais humildes. Hoje não tem mais Bolsa Família, tem Auxílio Brasil e o valor é de no mínimo 600 reais", afirmou.
Mais cedo, em comício realizado em Caruaru após uma motociata por cidades do Agreste, o presidente já havia criticado os valores pagos pelo Bolsa Família, que foi criado por Lula, e destacou o aumento concedido por seu governo ao benefício social.
"Vamos continuar com gasolina lá embaixo e Auxílio Brasil lá em cima", prometeu.
O Auxílio Brasil foi criado com o valor de 400 reais pelo governo Bolsonaro em substituição ao Bolsa Família que pagava, em média, 192 reais por família. O valor foi ampliado em julho para 600 reais somente até o fim do ano, em uma medida apontada por críticos do governo como eleitoreira.
Tanto Bolsonaro quanto Lula já prometeram manter o valor do benefício em 600 reais no próximo ano se eleitos. A proposta orçamentária de 2023 encaminhada pelo governo ao Congresso no fim de agosto, no entanto, não previu a despesa adicional.
Mais tarde neste sábado, Bolsonaro participará de uma Marcha para Jesus em Garanhuns, a cidade natal de Lula.
O presidente viajou ao Nordeste em busca de reduzir a ampla vantagem do adversário na região. De acordo com pesquisa Datafolha publicada na quinta-feira, Lula lidera as intenções de voto entre os moradores do Nordeste com 59%, ante 22% de Bolsonaro --maior vantagem do petista entre todas as regiões do país. No cenário nacional, Lula tem 45% da preferência dos eleitores e Bolsonaro, 33%.
Faltando duas semanas para o primeiro turno da eleição, Bolsonaro vai buscar reforçar agendas no Sudeste --onde está concentrada a maior fatia do eleitorado nacional-- e também no Nordeste, principal base eleitoral de Lula e também do candidato presidencial do PDT, Ciro Gomes.
(Por Pedro Fonseca; edição de Isabel Versiani)