NOVA YORK (Reuters) - A ex-colunista da revista Elle E. Jean Carroll disse nesta quarta-feira que se sentiu "fantástica" depois que um júri considerou Donald Trump culpado de abusar sexualmente dela e difamá-la, e concedeu 5 milhões de dólares em danos, em seu processo civil contra o ex-presidente norte-americano.
O veredicto de terça-feira do tribunal federal de Manhattan representou um novo revés judicial para Trump enquanto ele busca recuperar a Presidência em 2024. O resultado também apoiou o lado de Carroll, que em 2019 acusou publicamente Trump de estuprá-la em um provador da loja de departamentos Bergdorf Goodman em meados da década de 1990.
Embora os jurados não tenham considerado que Trump estuprou Carroll, eles concederam indenização pelo incidente e por uma postagem em outubro passado em sua plataforma Truth Social, na qual ele chamou a alegação de Carroll de "vigarice", fraude e mentira.
"Eu me sinto fantástica. Ontem foi provavelmente o dia mais feliz da minha vida", disse Carroll ao programa "Good Morning America", da emissora ABC.
Trump, que não compareceu ao julgamento, planeja recorrer.
Em um post nesta quarta-feira no Truth Social, Trump escreveu: "Não tenho ideia de quem é esta mulher, que fez uma acusação falsa e totalmente fabricada. Espero que a justiça seja feita no recurso!"
Acompanhada por sua advogada Roberta Kaplan, Carroll disse no "Good Morning America" que se sentiu "abalada" enquanto o advogado de Trump, Joe Tacopina, contestou seu relato durante dois dias de interrogatório, mas se sentiu forte porque sabia que estava dizendo a verdade.
“Ele disse coisas terríveis sobre mim”, disse Carroll, referindo-se a Trump, “me arrastou pela lama, enfiou meu rosto na terra”.
Carroll descreveu estar de mãos dadas com sua advogada enquanto o veredicto era lido.
"A mão dela estava gelada, gelada", disse Carroll. "E quando o júri disse: 'Sim', olhamos uma para a outra e esse foi o momento. Foi um momento tão avassalador."
Kaplan chamou a chance de sucesso de Trump em seu apelo de "absolutamente zero", dizendo que o juiz do caso fez de tudo para garantir um julgamento justo.
(Por Jonathan Stempel, em Nova York)