Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - A proximidade das eleições é apenas mais um dos fatores que trazem volatilidade aos mercados, ainda abalados pelo cenário internacional com a guerra na Ucrânia e aumento das taxas de juros em países como os Estados Unidos, visando controlar a inflação.
Nesse cenário, o investidor precisa ficar atento à alocação dos ativos visando diminuir os riscos do portfólio, segundo especialistas consultados pelo Investing.com Brasil.
O risco fiscal é visto como um dos principais motivos para um aumento ainda maior nas oscilações, tendo em vista as propostas e falas que indicam aumento nos gastos públicos nas agendas dos dois principais candidatos.
Em mais um episódio do podcast Estratégia de Carteira, Renato Breia, sócio-fundador da Nord; a analista de investimentos da Investe10, Cristiane Fensterseifer e Rebeca Nevares, head de growth da Galápagos, detalham como adequar os ativos nesse momento conturbado.
Rebeca Nevares, head de growth da Galápagos, afirma que é preciso mensurar o risco em relação à exposição dos ativos e recomenda, para uma carteira moderada, alocar somente 2% em renda variável. “Falando de Brasil, como é um país altamente rentista, com renda fixa muito elevada, faz sentido alocar muito na bolsa se não há prêmio para esse risco?”, indaga.
A analista de investimentos da Investe10, Cristiane Fensterseifer, acredita que o último mês foi marcado pela volatilidade com projetos que impactam o cenário fiscal e as eleições devem indicar um futuro parecido. Para a analista, a bolsa está com opções muito interessantes, mas ainda deve haver volatilidade alta, com dias de muita queda e juros para cima.
“Acho que os bancos são boas opções e apesar de um cenário de possível aumento na inadimplência, principalmente os bancões surfaram diversas crises no Brasil, já passaram por todo o tipo de crises e situações econômicas e, em geral, com lucros crescentes e navegando muito bem por águas turbulentas", exemplifica a analista.
Renato Breia completa que nunca viu a bolsa com valuation tão barato, mas diz que não é a hora de tomar grandes riscos. “Diferente de outros momentos, mesmo quando a gente tem quedas muito abruptas, de 40% e 50% no mercado, parece ser um pânico e seria uma oportunidade de dobrar apostas. A gente não vê isso agora”, reforça.
Confira as explicações e recomendações dos especialistas em mais um episódio do Estratégia de Carteira. Ouça o podcast.
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