Por Humeyra Pamuk e Kanishka Singh
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos condenaram nesta segunda-feira a sentença de prisão contra um cantor iraniano que venceu o prêmio Grammy em 2023 por uma música que se tornou hino de grandes protestos iranianos após a morte de Mahsa Amini, que estava sob custódia da polícia da moralidade.
O cantor e compositor iraniano Shervin Hajipour afirmou em sua conta no Instagram semana passada que foi sentenciado a mais de três anos de prisão. Ele foi condenado por incitar e provocar pessoas a perturbar a segurança nacional por meio da sua música, segundo ativistas de direitos humanos locais.
Hajipour, de 26 anos, compôs e lançou a música “Baraye”, após Amini, uma jovem mulher do Curdistão iraniano, morrer sob custódia da polícia.
A primeira-dama dos EUA, Jill Biden, descreveu a música como um “chamado poderoso e poético à liberdade e aos direitos das mulheres” quando lhe entregou o primeiro Grammy pela melhor música para mudança social, por “Baraye”, no ano passado. Uma música “pode acabar mudando o mundo”, disse ela, na época.
“As ações do governo iraniano são apenas mais um sinal da sua intenção de reprimir liberdade de expressão e vozes dentro da sua própria sociedade sempre que possível”, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, a repórteres em um briefing à imprensa nesta segunda-feira.
Amini, de 22 anos, foi presa pela polícia da moralidade em Teerã em 2022 por usar “trajes inadequados”. Sua morte sob custódia policial provocou fortes protestos no Irã e de iranianos em outras partes do mundo. A inquietação se transformou na maior demonstração de oposição às autoridades do Irã em anos.