Por Senad Karaahmetovic
As ações da Ford (BVMF:FDMO34) (NYSE:F) subiam 4,17% por volta das 12h24 desta quinta-feira, após a fabricante automotiva divulgar um LPA melhor do que o esperado para o 2º tri.
A companhia apurou um lucro ajustado de 68 centavos por ação no segundo trimestre, em comparação com 13 centavos no mesmo período do ano passado, superando o consenso dos analistas de 45 centavos por ação. A receita total foi de US$ 40,19 bilhões no período, bem acima da estimativa consensual de US$ 37,05 bilhões.
Para todo do ano, Ford espera um Ebit ajustado na faixa de US$ 11,5 a 12,5 bilhões, maior que as projeções de US$ 11,15 bilhões. A empresa também espera que o fluxo de caixa livre ajustado do ano fiscal seja de US$ 5,5 a 6,5 bilhões.
A Ford declarou que houve uma queda nas remessas de veículos para a China no 2º tri, devido às restrições dos bloqueios contra o coronavírus no país.
Um analista do Morgan Stanley (NYSE:MS) considera que a Ford apresentou “bons resultados”, mas manteve sua classificação de “equal weight” (na média), apesar do “valuation atraente”.
“Nos atuais níveis de preço, não apenas acreditamos que o valor de ‘opção’ dos VEs foram devidamente comprimidos para um valor líquido presente de quase zero (como deveria ser), mas também o mercado pode estar subvalorizando os fluxos de caixa do portfólio de veículos à combustão interna, que está se estendendo bastante, em nossa visão. Haverá uma queda dos veículos à combustão interna, mas esse declínio irá além do fim da década, e acreditamos a empresa pode produzir fluxos de caixa significativos no processo”, disse ele aos clientes em nota.
Um analista do JPMorgan (NYSE:JPM) manteve a classificação de “overweight” (acima da média) e um preço-alvo de US$ 19 por ação para a Ford, após “resultados acima das expectativas".
“Aumentamos a confiança na capacidade da Ford de cumprir suas projeções para todo o ano, após a empresa reportar um lucro muito maior do que o esperado no 2º tri, beneficiando-se de uma combinação de um mix favorável e precificação na indústria, além de uma execução específica para empresa”, ressaltou o analista em nota aos clientes.
“Embora os riscos macro tenham aumentando significativamente desde que a empresa divulgou seu balanço do 1º tri, acreditamos que a demanda reprimida do varejo no período de ~3 anos de produção mais fraca de veículos e estoques deprimidos das concessionárias, além de uma frota antiga de carros de locadoras, devem compensar bastante os efeitos de uma desaceleração prolongada”, concluiu.