BRASÍLIA (Reuters) - O novo ministro do Esporte, o deputado licenciado André Fufuca (PP-MA), afirmou nesta sexta-feira que trabalhará para servir de ponte entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu partido, que tem 47 deputados e integra o chamado centrão, mas que não embarcou oficialmente no governo mesmo tendo agora um representante na Esplanada.
A nomeação de Fufuca para o comando da pasta faz parte de um rearranjo ministerial promovido por Lula para acomodar novas legendas e ampliar sua sustentação no Congresso. O novo ministro é ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
"Irei fazer o possível para reafirmar a confiança e o gesto que o presidente Lula faz para com o deputado André Fufuca. E tenha certeza que o André Fufuca é mais aliado do governo do que muitos integrantes, inclusive do PT", disse o ministro em entrevista à CNN Brasil.
"Tenha certeza que daqui para frente o Lula tem um aliado leal, correto e amigo do lado dele", acrescentou. "Na verdade eu nunca fui bolsonarista."
Segundo o ministro, o PP já votava a favor de matérias de interesse de Lula desde a PEC da Transição, aprovada ainda no ano passado, que ampliou o teto de gastos de 2023 e garantiu margem fiscal para o governo tocar programas assim que assumiu, principalmente na área social.
Fufuca disse que o partido manterá o patamar de votos que vem entregando ao governo na Câmara dos Deputados, que seria de 70% a 80% da bancada.
"Votamos arcabouço fiscal, votamos o Carf, votamos reforma tributária, inúmeras matérias positivas para o governo, e não tínhamos nenhum membro na Esplanada dos Ministérios, não tínhamos nenhum integrante", afirmou.
"Então não é agora que nós iremos começar a abraçar a pauta da atual gestão, nós já abraçamos no passado, estamos abraçando no presente e acredito que não será diferente, também, no futuro."
Questionado sobre a relação com o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro e publicamente de oposição a Lula, Fufuca disse que atuará para abrir canais de comunicação com a liderança da legenda.
"O primeiro passo é me aproximar do Ciro, que não queria que a gente fizesse parte (do governo Lula)", afirmou
"O segundo, sem sombra de dúvida, nós trabalharemos para ser a ponte de ligação não apenas do presidente Lula com a Executiva do partido, como com todos aqueles que queiram de alguma forma ajudar na atual gestão à frente do Executivo federal."
Fufuca estava ao lado de Lira quando o presidente da Câmara reconheceu a vitória eleitoral de Lula sobre Bolsonaro -- primeira autoridade a fazê-lo.
Médico de profissão, o deputado que agora assume a pasta do Esporte integrava duas das bancadas mais articuladas e numerosas da Casa, a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional, e a Frente pela Defesa e Valorização dos Profissionais de Segurança Pública e da Segurança Privada.
(Por Maria Carolina Marcello)