Por Alexander Ratz e Humeyra Pamuk
LIVERPOOL, Inglaterra (Reuters) - A Rússia enfrentará grandes consequências e custos se o presidente Vladimir Putin atacar a Ucrânia, alertou o G7 em um comunicado neste domingo.
A inteligência dos Estados Unidos avalia que a Rússia poderia estar planejando uma ofensiva em múltiplas frentes contra a Ucrânia já no ano que vem, envolvendo até 175.000 soldados.
O Kremlin nega que planeja invadir e diz que o Ocidente está preso à russofobia. Moscou diz que a expansão da Otan ameaça a Rússia e viola garantias dadas após o colapso da União Soviética em 1991.
Em uma reunião na cidade inglesa de Liverpool, os chanceleres de G7 disseram que estavam unidos em sua condenação à escalada militar da Rússia perto da Ucrânia e pediram que Moscou recue.
"A Rússia não deve ter dúvidas que mais agressões militares à Ucrânia terão grandes consequências e altos custos em resposta", disse o G7 em comunicado, que confirmou rascunho obtido anteriormente pela Reuters.
"Nós reafirmamos nosso compromisso inabalável com a soberania e integridade territorial da Ucrânia, assim como ao direito de qualquer Estado soberano de determinar o seu próprio futuro."
Em comunicado publicado pela embaixada russa em Londres na tarde de sábado, antes de o documento conjunto do G7 ter sido divulgado, a Rússia disse que o uso frequente da frase "agressão russa" pela Inglaterra durante a reunião em Liverpool é enganoso e feito para criar uma causa em torno da qual o G7 possa se unir.
"A Rússia fez várias ofertas à Otan para reduzir as tensões. O fórum do G7 pode ser uma oportunidade de discuti-las, mas até agora nós não ouvimos nada além de slogans agressivos", disse o comunicado da embaixada.
Para Moscou, a crescente aproximação da Otan de uma ex-república soviética --e o que vê como a tenebrosa possibilidade da implantação de mísseis na Ucrânia contra a Rússia-- é uma "linha vermelha" que não pode ser cruzada.
Putin tem exigido garantias de segurança vinculantes de que a Otan não vai se expandir para o leste ou colocar suas armas perto do território russo. Os EUA têm dito repetidamente que nenhum país pode vetar as expectativas da Ucrânia de se unir à Otan.
Em 2014, a Rússia capturou a península da Crimeia da Ucrânia, levando o Ocidente a adotar sanções contra Moscou.