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Governo estuda compra de mais caças suecos Gripen para FAB, diz Múcio

Publicado 11.04.2023, 13:48
Atualizado 11.04.2023, 14:25
© Reuters. Caça Gripen F-39E da Força Aérea Brasileira é visto durante cerimônia do Dia do Aviador na Base Aérea de Brasília
23/10/2020
REUTERS/Adriano Machado

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro da Defesa, José Múcio, disse à Reuters nesta terça-feira que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estuda ampliar a encomenda de caças Gripen, da fabricante sueca Saab, e iniciou conversas com o embaixador da Suécia no Brasil sobre a potencial aquisição, embora ainda não exista uma definição sobre quantas aeronaves adicionais poderiam ser adquiridas.

"A Força Aérea Brasileira disse que tem mais necessidade (de caças Gripen). Estamos vendo e estudando isso", disse Múcio à Reuters durante a feira da indústria de defesa Laad, realizada no Rio de Janeiro.

"Ainda esta semana falamos com o embaixador da Suécia sobre isso e é uma conversa que está no início... embrionária", acrescentou.

Durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o Brasil acertou a compra de 36 caças suecos Gripen para a FAB com o objetivo de ter aeronaves mais modernas na defesa do espaço aéreo do país. O acordo prevê a transferência de tecnologia e a futura fabricação das aeronaves de combate no Brasil.

As primeiras aeronaves já foram entregues ao Brasil e a previsão é de conclusão das entregas desse lote de 36 caças em 2027.

Uma fonte próxima às negociações disse em condição de anonimato que o pacote de caças poderia ser ampliado para 40 aeronaves. As negociações envolveriam a redução de alguns suprimentos que seriam convertidos em "crédito" para a aquisição de mais quatro aeronaves.

De acordo com essa fonte, há demanda para a aquisição de um segundo lote, além do já acordado, que envolveria cerca de 30 caças.

"Somos um país grande, continental, mas 36 ou 40 (caças) formam apenas uma base e precisamos de mais para cobrir o país. Sabemos que é um investimento caro e relevante, mas um segundo lote se pensa para em até 15 anos", disse a fonte.

Múcio disse que o governo Lula enxerga na indústria de defesa uma ferramenta para fomentar investimentos, emprego e renda e que a intenção é ampliar a participação dos investimentos neste setor no Produto Interno Bruto.

"A gente precisa investir nisso. Investimos cerca de 1,3% do PIB e precisamos investir mais. Quando a gente fala nisso, me seduz muito o estímulo à geração de emprego no país, é uma resposta muito rápida", disse ele à Reuters.

Mais tarde, falando a jornalistas, Múcio disse que trabalha atualmente em uma proposta para elevar o investimento em defesa para 2% do PIB.

"O presidente pediu para a gente apresentar uma proposta nova para ver onde nós poderíamos aumentar investimentos. A Colômbia tem 3,6% do PIB, Portugal tem quase 2%", afirmou.

© Reuters. Caça Gripen F-39E da Força Aérea Brasileira é visto durante cerimônia do Dia do Aviador na Base Aérea de Brasília
23/10/2020
REUTERS/Adriano Machado

"O Brasil não vai se armar, mas vamos apresentar uma proposta para aumentar o investimento em defesa de forma gradativa. Minha proposta será de até 2% do PIB. Estamos procurando gerar muito emprego. É uma indústria que paga muito imposto e para o país é algo muito importante", disse Múcio.

Ao mesmo tempo, ele reconheceu a dificuldade em debater o tema no momento atual do país.

"É muito difícil você discutir isso quando fome e desemprego ainda são os maiores adversários e ainda não tem uma arma que combata eles."

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