SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou neste sábado de "fato histórico" a aprovação da reforma tributária e elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por ter coordenado as ações do governo com o Congresso.
A Câmara dos Deputados aprovou a reforma tributária na noite de sexta-feira em dois turnos e com placar folgado, após décadas de discussão e a partir de acordo do governo com parlamentares, conferindo uma vitória ao Executivo e abrindo caminho para que ela seja promulgada ainda este ano. O texto também já foi aprovado pelo Senado.
"Pela primeira vez na história conseguimos aprovar uma reforma tributária para facilitar o investimento, para facilitar o pagamento de imposto, pagar mais quem ganha mais, pagar menos quem ganha menos, para que a gente melhore a vida do povo brasileiro, então o que aconteceu ontem foi um fato histórico que o Haddad merece uma salva de palmas especial por ter coordenado isso", disse Lula durante evento de assinatura do contrato para construção do empreendimento residencial Copa do Povo, no bairro de Itaquera, em São Paulo.
Lula destacou que a atuação de Haddad e de outras autoridades ligadas ao governo foi fundamental para a aprovação da reforma tributária em um "Congresso onde a gente tem minoria".
Reportagem da Reuters publicada na quinta-feira mostrou que o governo concordou com a derrubada de veto a trecho do arcabouço fiscal que permitia o contingenciamento das emendas de comissão em troca da aprovação da reforma tributária e de outras matérias da pauta econômica.
No mesmo evento em São Paulo, Haddad comentou o apoio do governo brasileiro a um empréstimo de 960 milhões de dólares do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) para a Argentina, mesmo depois de o novo presidente argentino, Javier Milei, ter feito críticas a Lula.
"Todo mundo sabe que o atual presidente da Argentina ofendeu o presidente Lula durante a campanha, mas nem por isso o Brasil governado pelo presidente Lula deixou de apoiar o povo da Argentina, que está precisando do povo brasileiro e do governo brasileiro", disse Haddad.
"O mais importante de tudo é quando você tem um governante que não olha religião, bandeira partidária, time de futebol, um presidente que olha para quem precisa do apoio do governo independentemente de quem é o prefeito, o governador", acrescentou o ministro.
(Por Tatiana Ramil)