👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Lula defende diálogo com oposição diante de minoria da esquerda no Congresso

Publicado 02.06.2023, 12:24
Atualizado 02.06.2023, 19:15
© Reuters. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
29/05/2023
REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Eduardo Simões e Lisandra Paraguassu

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou nesta sexta-feira a necessidade de melhorar a articulação com os parlamentares, citando a situação minoritária da esquerda na atual conjuntura do Congresso Nacional e a necessidade de o governo dialogar com a oposição para aprovar matérias de seu interesse.

Em cerimônia na Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo do Campo (SP), Lula disse que não basta ganhar a eleição, é preciso diálogo constante inclusive com aqueles que não gostam do governo e que não votaram nele.

"É importante vocês saberem a correlação de forças no Congresso Nacional. A esquerda toda tem no máximo 136 votos, isso se ninguém faltar. Mas nós, para aprovar uma coisa simples, precisamos de 257. Então de 136, façam a conta aí e vejam quanto falta. Para aprovar uma emenda constitucional é maior ainda o número de deputados que nós precisamos", disse Lula em seu discurso. Para aprovar uma PEC na Câmara são necessários 308 votos.

"É importante que vocês saibam que não é só ganhar uma eleição. Você ganha uma eleição e depois precisa passar o tempo inteiro conversando para ver se consegue aprovar alguma coisa", acrescentou.

A fala do presidente ocorre em meio a críticas sobre a articulação política do governo e depois de o Executivo sofrer para ver aprovada no Legislativo a medida provisória que reformulou a estrutura de governo.

EM PESSOA

De acordo com um dos auxiliares próximos do presidente, Lula deve dedicar a semana depois do feriado de Corpus Christi para azeitar a articulação política do governo. A intenção é ter encontros com líderes partidários e ouvir as principais queixas do Congresso, disse a fonte.

O presidente tem sido cobrado para entrar pessoalmente na conversa com a Câmara, já que as reclamações se acumulam e os ministros e líderes do governo não estariam sendo capazes de resolver.

Nesta semana, a MP da reestrutuação só foi aprovada nos últimos instantes de seu prazo de validade e após a entrada em campo de Lula.

Sob o risco de sofrer um revés em plenário, o presidente buscou pessoalmente alguns líderes, como Elmar Nascimento (BA), do União Brasil. O governo conseguiu um respiro e a aprovação da MP, mas foi avisado de que seria uma "última chance".

Na tramitação da medida, deputados e senadores alteraram o texto original do governo para retirar atribuições e competências do Ministério do Meio Ambiente e da pasta de Povos Indígenas e, ainda assim, como reconheceu Lula em seu discurso, houve o risco de a MP não ser votada e a estrutura montada pelo presidente perder a validade.

Se isso acontecesse, pastas como Fazenda, Planejamento, Gestão e Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços seriam novamente agrupadas em um Ministério da Economia, e pastas recriadas como Cultura, Esportes e Igualdade Racial deixariam de existir.

A MP foi aprovada no plenário da Câmara dos Deputados na madrugada de quinta após idas e vindas e muitas negociações, e depois de o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), alertar que poderia não ser votada. A proposta foi chancelada pelo Senado no mesmo dia, apenas algumas horas antes de perder a vigência.

"Ontem a gente corria o risco de não ter aprovado o sistema de organização do governo que nós fizemos. E aí você não tem que procurar o amigo, você tem que conversar com quem não gosta da gente, tem que conversar com quem não votou na gente", disse Lula no discurso em São Bernardo, seu berço político e onde tornou-se nacionalmente conhecido como líder sindical no final da década de 1970.

ESTABILIZAR A ECONOMIA

Lula também aproveitou o discurso para criticar novamente o atual patamar da taxa básica de juros estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, de 13,75% ao ano, e voltou a dizer que colocar recursos nas áreas de saúde e educação não pode ser encarado como gasto, mas sim como investimentos.

"Gasto é a gente pagar 13,75% de juro para o sistema financeiro deste país", disse. "Isso é gasto, o restante é investimento", afirmou.

© Reuters. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
29/05/2023
REUTERS/Ueslei Marcelino

No mesmo palco que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que era ministro da Educação à época da criação da UFABC, Lula também prometeu que o governo fará esforços para estabilizar a economia brasileira e gerar crescimento.

"Pode ter certeza disso, esse país vai voltar a crescer, a gente vai estabilizar a economia desse país, a gente vai fazer crescer a massa salarial desse país, a gente vai assentar as pessoas que tiver que assentar para produzir alimento nesse país, a gente vai fazer o que tiver que fazer para melhorar a educação", disse.

(Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.