(Reuters) -O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta quarta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "está muito perto" de anunciar as mudanças que fará em seus ministérios em busca de ampliar a base de apoio do governo no Congresso.
"Quem troca e anuncia novo ministro é o presidente da República... Eu diria que está muito perto dele anunciar o que vai fazer", disse Costa em entrevista ao programa "Bom Dia, Ministro", da EBC.
O governo tem discutido a possibilidade de abrir espaço no primeiro escalão para outros partidos, como o PP, do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o Republicanos, para aumentar sua base no Congresso.
Fontes do governo disseram à Reuters em julho que já haviam sido definidos os nomes que Lula indicará para ministérios, mas ainda faltava definir as pastas.
Os deputados Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA) foram antecipados pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), como os nomes apresentados pelos partidos. O líder afirmou que "são dois nomes que o presidente já conhece e gostou muito."
No início do mês, Lula oficializou uma troca na Esplanada, indicando o deputado federal Celso Sabino (União-PA) para o Ministério do Turismo, ao substituir Daniela Carneiro. O União Brasil pedia o posto por não identificá-la como uma indicação partidária, uma vez que ela chegou a pedir desfiliação da legenda.
Na live desta quarta-feira, Rui Costa também afirmou que não vê "contradição" entre o plano de transição energética do governo, presente em vários elementos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e a possibilidade da exploração de novas fontes de petróleo e gás.
"Não há contradição. O nome já diz, transição ecológica, transição energética. Ou seja, você vai sair do ponto A para o ponto B", disse.
O ministro enfatizou que, para a execução da transição energética, ainda é necessária a arrecadação de novos recursos, pois em algumas áreas, como no transporte público, o uso de energias renováveis é mais caro do que de combustíveis fósseis.
"Para financiar essa transição, você precisa de dinheiro, precisa de recurso", afirmou.
As declarações ocorreram enquanto a Petrobras (BVMF:PETR4) busca uma licença, já rejeitada uma vez pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para pesquisar sobre a existência de petróleo na Margem Equatorial (BVMF:EQTL3) do país, o que tem gerado divisões dentro do próprio governo.
(Por Fernando CardosoEdição de Pedro Fonseca)