Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu aceitar o convite do presidente da França, Emmanuel Macron, e comparecer à Cúpula "Novo Pacto Global de Financiamento", que deve discutir uma reforma do sistema financeiro global e de órgãos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
A viagem à Europa entre os dias 22 a 24 deste mês, deve incluir ainda uma conversa bilateral com Macron. E, antes de chegar em Paris, uma audiência com o Papa Francisco, no Vaticano, no dia 21 de junho.
Apesar da promessa de se dedicar mais às articulações internas, a agenda de viagens internacionais do presidente segue crescendo. Nesta semana, Lula confirmou a participação em uma reunião de países amazônicos no dia 7 de julho, em Letícia, na fronteira entre Brasil e Colômbia.
No mesmo mês também está prevista uma participação na Cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em São Tomé e Príncipe -- a data ainda não foi divulgada -- e na Cúpula do Mercosul, no dia 4, em Puerto Iguazu (Argentina).
Agosto já está reservado, nos dias 10 e 11, para a Cúpula dos Países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), em Belém, outro encontro chamado pelo governo brasileiro para discutir as mudanças climáticas e o papel da região.
No final do mês, Lula viaja à na África do Sul para Cúpula dos BRICS -- grupo atualmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul --, e deve emendar visitas a alguns países africanos, em especial Angola e Moçambique.
Em setembro, o presidente comparece à Cúpula do G20, em Nova Délhi, nos dias 9 e 10, e entre 18 e 21, à reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas.
A intensa agenda internacional do presidente tem gerado críticas, mesmo entre aliados, de que Lula tem se preocupado mais com a política externa do que com a política interna, o que tem impactado na articulação do governo.
Um ministro ouvido pela Reuters sob anonimato menciona, mesmo admitindo a importância de levar o país de volta para o circuito internacional, que as necessidades internas têm sofrido com a falta do presidente.
De acordo com um outro ministro, a intenção de Lula é de concentrar mais esforços na articulação interna e pedir para que o vice-presidente, Geraldo Alckmin, o represente em alguns dos compromissos no exterior para os quais foi convidado.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)