Por Mark Gleeson
DOHA (Reuters) - Marrocos fez história na Copa do Mundo neste sábado como primeiro país africano e árabe a chegar às semifinais do torneio, ao fazer 1 x 0 sobre Portugal, em mais uma surpreendente vitória no Catar.
Youssef En-Nesyri saltou alto para marcar de cabeça o único gol do jogo pouco antes do intervalo no estádio Al-Thumama, avançando para a semifinal de quarta-feira contra Inglaterra ou França, que se enfrentam ainda neste sábado.
O resultado será amplamente comemorado em toda a África e no Oriente Médio de língua árabe, ávidos para ver um de seus times disputando o maior prêmio do futebol.
Marrocos já havia batido Bélgica e Espanha neste torneio, mas a vitória sobre Portugal tem um significado muito maior.
Foi também uma das melhores atuações do Marrocos no Catar, marcadas por defesa determinada e contra-ataques astutos, mantendo sob controle uma coleção de estrelas mundiais, apesar de ter perdido o zagueiro Nayef Aguerd por lesão antes da partida e seu companheiro de defesa e capitão Romain Saiss no início do segundo tempo.
Portugal verá o confronto como uma oportunidade perdida contra o time com pior classificação que restou no torneio e uma situação decepcionante para Cristiano Ronaldo, de 37 anos, que caminhou em lágrimas pelo túnel ao final do jogo.
Marrocos, novamente encorajado pela maioria dos 44.198 torcedores, disse estar cansado após a vitória nas oitavas de final sobre a Espanha e imediatamente entrou em modo defensivo enquanto Portugal atacava desde o início.
A frustração dos portugueses ficou evidente quando eles cercaram o árbitro argentino Facundo Tello no final do primeiro tempo, reclamando de pênaltis.
A entrada de Ronaldo aos 6 minutos do segundo tempo injetou um novo ânimo no time de Portugal, que perdeu boa chance com Gonçalo Ramos, herói da vitória por 6 x 1 sobre a Suíça na fase anterior, com três gols.
O marroquino Walid Cheddira foi expulso nos acréscimos após receber dois cartões amarelos em rápida sucessão. Mas seu time, para deleite de sua torcida estridente, resistiu e garantiu a vitória histórica.
"Demoramos muito para entrar no jogo", disse o técnico de Portugal, Fernando Santos.
"Os jogadores estavam muito confiantes, queriam muito, mas a verdade é que não conseguimos mostrar todo o nosso jogo. Não conseguimos criar chances de gol. Sair da Copa do Mundo sempre dói."