Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O MDB oficializou a candidatura da senadora Simone Tebet à Presidência da República durante sua convenção nacional, nesta quarta-feira, apesar de parte do partido já ter declarado apoio no primeiro turno ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas para o Palácio do Planalto.
A candidatura de Simone foi aprovada por 262 dos 418 votos possíveis na convenção, com nove votos contrários --outros 97 delegados, alguns com direito a mais de um voto-- não participaram. Alagoas e Paraíba, dois Estados em que o partido já declarou apoio a Lula, não participaram da votação.
Em seu primeiro discurso oficial como candidata, a senadora pelo Mato Grosso do Sul fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição, e a Lula e prometeu ter como prioridade o combate à fome.
"Estamos prontos para pacificar e unir o Brasil", afirmou, tentando se colocar como opção aos líderes da disputa.
Mais cedo, em sua própria convenção, a federação PSDB-Cidadania aprovou o apoio a Tebet, por unanimidade. O PSDB deve indicar o vice na chapa com a senadora, mas o nome ainda não foi definido. O nome mais cotado inicialmente era o do senador pelo Ceará Tasso Jereissati.
Tebet aparece hoje com 2% a 4% de intenções de voto nas pesquisas eleitorais.
Parte do partido já decidiu que não irá apoiar a senadora e, em 11 estados, Tebet não terá palanque. Na semana passada, representantes dos diretórios regionais de Estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí, Bahia, Espírito Santo, Ceará, Alagoas e Rio de Janeiro estiveram com Lula para declarar o apoio ao ex-presidente.
Na convenção, a dissidência foi alvo de reclamações.
"Infelizmente companheiros nossos estão tomando agora a decisão que deveriam tomar daqui a dois meses", disse o ex-ministro Carlos Marun, reclamando sobre o que chamou de antecipação do segundo turno.
Delegados contrários à candidatura própria não se manifestaram durante a convenção.