👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Moraes defende que Congresso regulamente uso das redes sociais para combater propagação de fake news

Publicado 14.11.2022, 13:18
© Reuters. 08/11/2022
REUTERS/Adriano Machado

Por Ricardo Brito

(Reuters) - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, defendeu nesta segunda-feira que haja uma regulamentação das redes sociais pelo Congresso Nacional para combater a disseminação de notícias falsas e de discursos de ódio e preconceituosos que visam corroer e, no limite, destruir a democracia.

Em fala durante evento do Lide em Nova York com outros ministros do Supremo, Moraes disse que essa questão é um problema mundial e citou que a União Europeia e o Congresso dos Estados Unidos discutem medidas para regulamentar o uso dessas plataformas.

"Não é possível que as redes sociais sejam terra de ninguém", disse.

"Não é possível que as milícias digitais possam atacar impunemente sem que haja uma responsabilização dentro do binômio tradicional da liberdade de expressão, que é a liberdade com responsabilidade", destacou ele.

Na semana passada, Moraes reuniu-se com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e disse na conversa que vai criar uma comissão com a participação da sociedade civil para combater a desinformação nas redes sociais com o objetivo de elaborar um anteprojeto do assunto ao Congresso Nacional, segundo uma fonte. O magistrado disse que o TSE adquiriu muita experiência no tema e poderia colaborar com o Legislativo.

DEFESA DA DEMOCRACIA

Em seu discurso, após se referir à atuação das milícias digitais, Moraes afirmou que o Poder Judiciário brasileiro não foi cooptado e que foi uma "barreira intransponível" contra qualquer ataque à democracia.

"O Poder Judiciário atuou para chegarmos às vésperas do final do ano com a democracia garantida. A democracia foi atacada, foi aviltada, mas sobreviveu. O Judiciário não foi cooptado... foi uma barreira a qualquer ataque à liberdade", disse.

"A democracia resistiu porque o país tem instituições fortes, Poder Judiciário autônomo, juízes que respeitam à Constituição", disse. "A nossa bandeira não é A ou B, é a Constituição", reforçou.

CONCEITOS

Em sua fala, o ministro Dias Toffoli disse que é momento de se recolocar conceitos, destacando que não se pode deixar que o ódio penetre nas famílias e na sociedade.

"Pessoas autoproclamadas conservadoras invadem o Capitólio, morrem pessoas, existe algo menos conservador do que invadir o Congresso? Autodeclarados conservadores no Brasil fecham as estradas, interrompendo o direito de ir e vir. Não é algo mais anticonservador?", questionou.

"Então veja, as coisas estão fora do lugar e nesses momentos de coisas fora do lugar nós temos de reconhecer que o Poder Judiciário foi fundamental nesses momentos de colocar as coisas dentro do lugar", frisou.

Toffoli fez uma defesa do inquérito das fake news, aberto de ofício por ele quando presidia o STF em 2019, destacando que essa apuração ajudou a prevenir eventuais acontecimentos graves nos dias 7 de Setembro do ano passado e deste ano.

"Esse inquérito esmagou a cabeça da serpente antes de surgir o ovo da serpente", afirmou.

Ex-presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso ressaltou que as eleições já acabaram e mandou recado para apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado no pleito, que têm feito protestos pedindo intervenção militar contra o resultado das urnas.

"O Supremo é o povo, o povo já se pronunciou, a eleição já terminou e cabe aceitar o resultado", disse. "A vida na democracia é simples assim, o resto é intolerância, espírito antidemocrático e selvageria", emendou.

O decano do STF, Gilmar Mendes, disse que no cenário de tentativa de erosão constitucional o Estado brasileiro demonstrou resiliência. Para ele, as pessoas que se recusam a aceitar o resultado das eleições denotam um quadro de "dissonância cognitiva" e que esses episódios de intolerância inspiram a tomada de atitudes.

PROTESTOS

No início da noite, a presidente do STF, Rosa Weber, divulgou nota em que repudiou os protestos em Nova York que têm como alvo os ministros da corte na cidade.

© Reuters. 08/11/2022
REUTERS/Adriano Machado

Videos nas redes sociais mostraram ministros do Supremo sendo hostilizados por manifestantes na saída do hotel e em outros locais públicos. Alguns dos magistrados chegaram a comentar os protestos durante o evento.

"O Supremo Tribunal Federal repudia os ataques sofridos por ministros da corte, em Nova York. A democracia, fundada no pluralismo de ideias e opiniões, a legitimar o dissenso, mostra-se absolutamente incompatível com atos de intolerância e violência, inclusive moral, contra qualquer cidadão", disse Rosa Weber, que não esteve presente no encontro.

(Reportagem de Ricardo Brito, em Brasília)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.