(Reuters) - O número de mortos em operação policial na Baixada Santista (SP) em resposta à morte de um soldado da Polícia Militar subiu para 14 nesta terça-feira, informou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
A polícia lançou a chamada "Operação Escudo" na última sexta-feira após o assassinato do soldado da PM Patrick Bastos Reis quando fazia um patrulhamento. Desde então, iniciou-se uma série de conflitos violentos na região.
"São 14 mortos. Nós tivemos dois óbitos hoje em confrontos, fruto até do enfrentamento que houve", disse o governador a jornalistas, acrescentando que as duas mortes ocorreram quando a polícia reagiu ao ser atacada a tiros na manhã desta terça.
O governador defendeu a ação da polícia contra criminosos com "armas longas" e citou dois policiais feridos a bala nesta terça -- incluindo uma policial atingida pelas costas. Ele afirmou que a Baixada Santista foi "tomada pelo crime organizado".
"Agora, fica sempre essa narrativa de que há excesso, há excesso, há excesso ... se houver excesso, nós vamos investigar", declarou o governador.
O procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, promete um trabalho "meticuloso" do Ministério Público sobre as mortes em decorrência da operação. Em entrevista à rádio CBN, o procurador considerou o desfecho da operação "um fato grave".
Ao comentar o total de mortos na operação, Sarrubbo avaliou que "isso não é normal".
"A melhor ocorrência policial é aquela em que o criminoso é preso", disse, na entrevista, acrescentando que o MP também está "empenhado" em esclarecer as circunstâncias da morte do policial Reis.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP), a operação deve levar pelo menos 30 dias. Até esta terça-feira foram contabilizadas 35 prisões -- incluindo o suspeito de matar o soldado Reis --, a apreensão de mais de 20 kg de drogas e 13 armas, de longo e curto alcance, acrescentou.
(Por Maria Carolina Marcello, em Brasília)