Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - O papa Francisco pediu durante sua audiência geral desta quarta-feira que Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, livre os brasileiros do ódio, da violência e da intolerância.
A fala foi feita após o pontífice saudar peregrinos brasileiros que foram ao Vaticano e lembrar da beatificação de Benigna Cardoso da Silva, realizada nesta semana em Crato, no Ceará. A jovem católica foi morta em 1941, aos 13 anos de idade, ao resistir a uma tentativa de estupro, passando a ser considerada mártir pela Igreja.
"Peço a Nossa Senhora Aparecida que proteja e cuide do povo brasileiro, que o livre do ódio, da intolerância e da violência", disse o papa durante a audiência.
A fala de Francisco acontece a quatro dias do segundo turno da eleição presidencial, marcado para domingo e que colocará fim a uma das campanhas eleitorais mais agressivas da história do país, marcada por duros ataques mútuos entre os dois candidatos --Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas, e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL)--, assim como por episódios de violência e morte de apoiadores de ambos.
A campanha também foi marcada por um forte apelo religioso de Bolsonaro, que apostou na agenda moral e de costumes para atrair esta parcela do eleitorado, especialmente o evangélico.
O presidente compareceu à Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, interior de São Paulo, no feriado da padroeira no dia 12 de outubro, no mesmo dia em que também inaugurou um templo evangélico em Minas Gerais.
Na ocasião, apoiadores de Bolsonaro causaram tumulto no santuário. Bebendo cerveja, alguns deles hostilizaram jornalistas e vaiaram o sermão de um padre durante uma missa quando ele falou sobre o combate à fome.