RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira oito pessoas acusadas de integrarem uma quadrilha suspeita de lavar 2 bilhões de reais oriundos do tráfico de drogas e de outros crimes relacionados, informou a PF.
Os suspeitos, de acordo com a PF, usavam mais de 20 empresas de fachada para a abertura de contas usadas na movimentação dos valores ilícitos, e também fizeram lavagem de recursos através de criptomoedas.
A investigação apontou a realização de transações financeiras e negociações envolvendo o Brasil e países da Europa, América do Norte e América do Sul.
“Alguns alvos da operação ostentavam vida de luxo e residiam em imóveis de alto padrão, além de possuírem veículos importados de elevado valor, bem como realizavam viagens internacionais de maneira constante”, disse a PF em comunicado.
A operação desta quarta-feira foi realizada nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para cumprir 11 mandados de prisão preventiva e 29 mandados de busca e apreensão no total.
O grupo investigado movimentou desde 2017 mais de 2 bilhões de reais, segundo a polícia.
A 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro determinou ainda o sequestro de bens e valores em nome dos investigados, parentes, pessoas próximas e empresas de fachada no valor de 250 milhões de reais.
Mais de 2 milhões de reais em espécie e veículos de luxo foram apreendidos no curso da operação. Segundo a PF, a ação é desdobramento de operações deflagradas no Rio de Janeiro nos anos de 2021 e 2022 contra o envio de drogas por navios para a Europa.
“As apurações constataram que dois núcleos distintos, com formas de atuação semelhantes e comandados por estrangeiros, prestavam aos investigados por tráfico de drogas suporte financeiro por meio do branqueamento de capitais”, disse a PF em comunicado.
"Uma casa de câmbio no Rio de Janeiro foi identificada como responsável pela internalização de valores provenientes de outros países para o pagamento de traficantes no Brasil”, acrescentou.
Os alvos da operação são acusados de crimes de organização criminosa, gestão fraudulenta de instituição financeira e lavagem de capitais, cujas penas podem alcançar 30 anos de prisão.
(Por Rodrigo Viga Gaier)