Por Jessica Bahia Melo
Investing.com – Desde que a oferta de novas ações que resultou na privatização da Eletrobras (BVMF:ELET3) foi realizada, com preço fixado em R$42, o papel oscilou e voltou praticamente ao mesmo patamar. No fechamento de mercado de sexta-feira, 20, as ações caíram 1,73%, cotadas a R$ 40,98.
Em maio do ano passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou o modelo de privatização, mediante oferta de novas ações na bolsa de valores, o que ocorreu em junho. Assim, a União deixou de ser a controladora e nenhum acionista poderia ter mais que 10% em ações, diluindo a influência na empresa. A oferta acionária da companhia movimentou cerca de R$ 33,7 bilhões. Confira detalhes sobre as perspectivas da Eletrobras em novo podcast do Investing.com Brasil.
Bull case, tese de alta
Com a privatização, a tendência é de que haja melhoria na eficiência, na gestão operacional e na governança corporativa, na visão de Alex Carvalho, analista da CM Capital. “Quando a empresa trabalha na iniciativa privada, há a expectativa de que a fiscalização seja mais controlada, esquecendo o caso de Americanas”, brinca.
Boas perspectivas do ponto de vista operacional, como redução do passivo legal, medidas para aumentar a eficiência, como plano de demissão voluntária, diminuindo custos, são pontos elencados por Phil Soares, analista da Órama, que explica que a companhia atua com geração e transmissão. “Transmissão tem um fluxo de caixa bem mais estável”, aponta.
Bear case, tese de baixa
Alguns receios persistem em afligir os investidores, entre eles o medo de uma reestatização pelo governo eleito, que vem argumentando contra privatizações.
Ainda, investidores temem que a crise nas Americanas (BVMF:AMER3) possa pressionar os papéis. A 3G Radar, maior acionista preferencial da empresa do setor elétrico, tem como sócios Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles, Carlos Alberto Sicupira, que são também os acionistas de referência da varejista. Carvalho pondera que os investidores aumentaram a cautela diante da situação com a Americanas, que encontrou “inconsistências contábeis” nos seus resultados e pediu recuperação judicial.
Já Fernando Bresciani, analista do Andbank, lembra o episódio com a derrubada de três torres que ocorreu neste mês, no Paraná e em Rondônia. “Acho que as pessoas esquecem que o sistema é interligado”, completa.
Em mais um episódio do podcast Tese de Investimentos, o Investing.com Brasil conversou com especialistas sobre o futuro da Eletrobras. Confira no player abaixo ou acesse pelo Anchor, Spotify Spotify, Deezer, Google e Apple Podcasts.