Por Michael Holden e Kate Holton e Andrew MacAskill
LONDRES (Reuters) - Líderes e realeza se reuniram em Londres nesta segunda-feira para o funeral da rainha Elizabeth em meio a cenas de pompa incomparáveis, um final apropriado para a monarca mais longeva do Reino Unido, que conquistou respeito em todo o mundo por seus 70 anos no trono.
O rei Charles e outros membros da realeza britânica seguiram seu caixão coberto de bandeiras até a Abadia de Westminster nesta segunda-feira, no início do funeral de Estado, o primeiro no país desde 1965, quando Winston Churchill recebeu a honra.
Dezenas de milhares de pessoas lotaram as ruas enquanto o caixão da rainha fazia a curta viagem a partir de Westminster Hall, puxado em uma carruagem de armas por 142 marinheiros. Um sino tocou e gaitas de foles ressoaram.
Um silêncio absoluto era observado no Hyde Park de Londres, nas proximidades, enquanto milhares de pessoas, que por horas fizeram piquenique e conversavam, ficaram quietas no segundo em que o caixão da rainha apareceu nas telas erguidas para a ocasião.
Pouco antes, centenas de militares em trajes cerimoniais completos marcharam em uma exibição histórica.
Dentro da abadia, linhas das escrituras foram postas em música que tem sido usada em todos os funerais de Estado desde o início do século 18. Entre os que caminhavam atrás do caixão estava o bisneto da rainha e futuro rei, o príncipe George, de 9 anos.
A congregação de 2.000 pessoas incluiu cerca de 500 presidentes, primeiros-ministros, famílias reais estrangeiras e dignitários, incluindo Joe Biden dos Estados Unidos e líderes de França, Canadá, Austrália, China, Paquistão e Ilhas Cook.
Justin Welby, arcebispo de Canterbury, disse à congregação que a dor sentida por tantos no Reino Unido e no mundo reflete a "vida abundante e serviço amoroso" da falecida monarca.
"Sua majestade declarou em uma transmissão de aniversário de 21 anos que toda a sua vida seria dedicada a servir a nação e a Commonwealth", disse ele.
"Raramente uma promessa como essa foi tão bem cumprida. Poucos líderes recebem a demonstração de amor que temos visto."
Pessoas subiram em postes e barreiras para observar a procissão - uma das maiores do gênero na história moderna na capital.
Mais milhões assistem na televisão em casa em um feriado declarado para a ocasião. O funeral de um monarca britânico nunca foi televisionado antes. Ao redor da capital, ruas normalmente movimentadas estavam desertas.
Ben Vega, de 47 anos, um enfermeiro filipino em pé atrás da multidão em um banquinho, disse que era um monarquista.
"Eu amo pompa. Eu amo como os britânicos fazem isso", afirmou ele. "Sou das Filipinas, não temos isso, não temos famílias reais. É um dia triste para mim. Estou aqui há 20 anos. Via a rainha como minha segunda mãe, a Inglaterra como minha segunda casa."
Elizabeth morreu em 8 de setembro em sua casa de verão escocesa, o Castelo de Balmoral. Sua saúde estava em declínio e, por meses, a monarca que havia realizado centenas de compromissos oficiais até os 90 anos se retirou da vida pública.
No entanto, ela foi fotografada apenas dois dias antes de morrer, parecendo frágil, mas sorrindo, enquanto nomeava Liz Truss como sua 15ª e última primeira-ministra.
Quando ela sucedeu seu pai George 6º, Winston Churchill era seu primeiro primeiro-ministro e Josef Stalin liderava a União Soviética. Ela conheceu figuras importantes da política ao entretenimento e esporte, incluindo Nelson Mandela, papa João Paulo 2º, os Beatles, Marilyn Monroe, Pelé e Roger Federer.