Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) -O ex-deputado federal Roberto Jefferson foi indiciado nesta segunda-feira pela Polícia Federal por quatro tentativas de homicídio por conta dos disparos de fuzil e uso de granadas de efeito moral contra agentes da PF antes de ser preso no domingo, informou a corporação.
Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição, Jefferson foi detido após várias horas de negociações com agentes da PF que foram até a casa do ex-deputado no interior do Estado do Rio de Janeiro para cumprir uma decisão que revogava a prisão domiciliar dele. Na chegada da PF, o ex-parlamentar lançou granadas de efeito moral e atirou contra os agentes, deixando dois policiais federais feridos.
Jefferson acabou sendo preso em flagrante devido ao ataque, o que gerou o indiciamento do ex-deputado, de acordo com a assessoria de imprensa da PF.
Os dois policiais federais feridos por estilhaços de granadas lançadas pelo ex-parlamentar estão fora de perigo.
Gustavo Cunha, advogado do ex-deputado, disse que Jefferson não tentou matar os policiais e fez os disparos para dar um susto. "Entendo que o Roberto não tentou matar os policiais. Ele estava numa posição privilegiada, facilmente teria matado todos os policiais se quisesse. Não atirou neles, foi tiro para dar susto, tipo: ´sai daqui´“, afirmou.
O ex-parlamentar passou por uma audiência de custódia nesta segunda, na qual a Justiça manteve sua prisão e determinou transferência para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio, informou a Secretaria de Administração Penitenciária do RJ.
O advogado do ex-deputado contestou o mérito da prisão no âmbito do processo das chamadas milícias digitais que tramita no STF.
"Há quatro meses o pleno do STF decidiu que os autos do processo deveriam baixar para a vara federal porque o STF não tinha competência. Há quatro meses o Roberto peticiona pedido e o Alexandre de Moraes ignora totalmente", disse.
O ex-deputado havia sido inicialmente preso em caráter preventivo em agosto de 2021 pela PF, por determinação de Moraes, em uma investigação que incitação ao crime e ataques a instituições.
Jefferson estava em prisão domiciliar desde janeiro e proibido de usar as redes sociais. No entanto, em um vídeo publicado nas redes, ele fez ofensas à ministra Cármen Lúcia, do STF, o que motivou a revogação de sua prisão domiciliar e a determinação para que fosse novamente preso.
(Edição de Pedro Fonseca)