Por Pavel Polityuk e Max Hunder
KIEV/KRAMATORSK, Ucrânia (Reuters) - Forças russas lançaram ofensivas contra cidades no leste da Ucrânia nesta quarta-feira, com constantes bombardeios de morteiros destruindo várias casas e matando civis, disseram autoridades ucranianas, no momento em que a Rússia concentra seu ataque na região industrial de Donbas.
Depois de não conseguir tomar Kiev ou a segunda cidade da Ucrânia, Kharkiv, a Rússia está tentando tomar o restante das duas províncias de Donbas reivindicadas pelos separatistas pró-Rússia, Donetsk e Luhansk, e prender as forças ucranianas em um bolsão na principal frente oriental.
Na parte mais ao leste do bolsão de Donbas controlado pela Ucrânia, a cidade de Sievierodonetsk, na margem leste do rio Siverskiy Donets, e sua gêmea Lysychansk, na margem oeste, tornaram-se um campo de batalha crucial. As forças russas avançavam de três direções para cercá-las.
O gabinete do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que os russos lançaram uma ofensiva em Sievierodonetsk na quarta-feira e a cidade estava sob fogo constante de morteiros.
O governador regional de Luhansk, Serhiy Gaidai, afirmou que seis civis foram mortos e pelo menos oito ficaram feridos, a maioria perto de abrigos antiaéreos, em Sievierodonetsk.
"No momento, com o apoio da artilharia, os ocupantes russos estão atacando Sievierodonetsk", disse Gaidai.
Os militares da Ucrânia disseram que repeliram nove ataques russos na terça-feira em Donbas, onde as tropas de Moscou mataram pelo menos 14 civis, usando aeronaves, lançadores de foguetes, artilharia, tanques, morteiros e mísseis.
A Reuters não pôde verificar imediatamente as informações sobre os combates.
Na cidade de Sloviansk, a oeste de Donbas, muitos moradores aproveitaram o que a Ucrânia disse ser uma pausa no ataque russo para sair. "Minha casa foi bombardeada, não tenho nada", disse Vera Safronova, sentada em um vagão de trem entre os retirados do local.
Junto com a região de Donbas, Moscou também tem como alvo o sul da Ucrânia e bloqueou navios que normalmente exportariam grãos ucranianos e óleo de girassol através do Mar Negro, elevando os preços globalmente e ameaçando vidas.
"Não pode ser do interesse da Rússia que, por causa da Rússia, as pessoas estejam morrendo de fome no exterior", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, à Reuters na terça-feira no Fórum Econômico Mundial em Davos, pedindo um diálogo.
A Rússia, que culpa a Ucrânia e o Ocidente pela crise alimentar, disse estar pronta para fornecer um corredor humanitário para navios que transportam alimentos para deixar a Ucrânia, mas afirmou que as sanções ocidentais precisariam ser suspensas em troca.