Por Lisandra Paraguassu
SÃO PAULO (Reuters) - Apesar do desejo do próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de viajar ao exterior ainda antes de tomar posse, no caso de ser eleito no próximo domingo, a campanha trabalha com um cenário incerto por não saber como será uma eventual transição com o governo de Jair Bolsonaro.
Nenhum planejamento foi feito ainda, mas, de acordo com uma fonte, existe a possibilidade, se for possível e houver convites, de um giro que pode incluir Argentina, em primeiro lugar, e os Estados Unidos. Pode até ocorrer uma eventual participação na COP27, no Egito, que acontece na segunda quinzena de novembro, se houver espaço para tanto.
Coordenador do programa de governo do ex-presidente, Aloizio Mercadante admite que a decisão de viagens internacionais depende não apenas do tempo, já que a transição é relativamente curta --dois meses até a posse, em 1º de janeiro--, mas também do clima de transição, se será possível ao eventual presidente eleito deixar o Brasil.
“Em 2002 tivemos uma transição civilizada e republicana com Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Não temos a mesma segurança de transição nesse governo”, disse Mercadante em entrevista a jornalistas estrangeiros.
Em 2002, logo depois de ser eleito, Lula foi a Argentina, Estados Unidos, México em Chile, ainda antes de tomar posse. Em entrevistas, o ex-presidente manifestou o desejo de fazer o mesmo dessa vez, mas a decisão só será tomada depois do domingo.
Ex-chanceler de Lula, o embaixador Celso Amorim destacou que a integração da América Latina e a questão climática são temas de maior interesse do ex-presidente nesse momento, mas garantiu que ainda não conversou sobre eventuais viagens.