BRASÍLIA (Reuters) - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu mantém pedido de investigação da viagem do presidente Jair Bolsonaro à Rússia sob a alçada do inquérito das fake news, que apura a atuação de milícias digitais antidemocráticas.
O ministro determinou ainda que a Presidência da República informe em cinco dias as condições oficiais de participação do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, filho do presidente, na comitiva da viagem à Rússia. A decisão pede detalhes como gastos, possíveis diárias e a agenda realizada, além de solicitar à Câmara dos Vereadores do Município do Rio de Janeiro que forneça no mesmo prazo informações sobre eventual licença oficial do vereador.
De acordo com informações do STF, o ministro negou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para retirada dos autos desse inquérito, do qual Moraes é o relator.
Ao decidir manter a viagem da comitiva presidencial sob a investigação, Moraes considerou haver aparente relação entre ela e o objeto do inquérito, que apura as atividades de organização criminosa com "com núcleos de produção, publicação, financiamento e político, resultando em ataques ao Estado Democrático de Direito, incluídos os ataques e ameaças ao sistema eleitoral brasileiro", diz nota do STF.
Exatamente por isso, o ministro avaliou como necessária a adoção de medidas para esclarecimento, enquanto a retirada do tema da investigação se configuraria "absolutamente inadequada".
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)