Por Michael Elkins
Investing.com - O Morgan Stanley (NYSE:MS) reiterou a classificação de “outperform” e o preço-alvo de US$ 220 para a Tesla (NASDAQ:TSLA) (BVMF:TSLA34), mesmo diante dos recentes cortes de preço da companhia, no que chamaram de “grande deflação dos veículos elétricos”.
Os analistas também ressaltaram que, nos últimos dias, entraram em contato com diversos concessionários e especialistas automotivos para saber se já haviam visto uma empresa do setor oferecer descontos de 13% a 20% para a grande maioria dos modelos da sua linha de produtos de uma vez. Ninguém conseguiu apontar um precedente.
Alguns clientes acreditam que a iniciativa da Tesla de cortar os preços gerou descontentamento em quem pagou preços mais altos pelos mesmos modelos há pouco tempo. No entanto, há 110 anos, Henry Ford apresentou o Model T e reinventou a manufatura de massa. Os preços dos automóveis sofreram uma grande queda após o evento.
O básico “Runabout” do Modelo T custava US$ 825 em 1909 (cerca de US$ 24 mil/unidade em números atuais) ou menos de 1/3 do preço do carro médio na época. Mas os volumes maiores e a linha de montagem em movimento provocaram uma deflação muito maior no preço do automóvel a partir daí. Em 1925, o preço médio de um Modelo T Runabout era de US$ 260, cerca de 1/20 do preço médio ajustado pela inflação de um carro em 1907.
A deflação transformou o cenário competitivo no setor automotivo e expulsou grande parte da indústria. Em 1907, havia 255 montadoras nos Estados Unidos. Em 1929, só restavam 44, sendo que 80% das vendas estavam concentradas nas mãos da General Motors (NYSE:GM), Ford (NYSE:F) e Chrysler.
Ainda não ocorreu nada igual à inovação de Henry Ford no setor de veículos elétricos.
Os analistas continuaram: “Embora a Tesla tenha acabado de implementar os cortes de preços, acreditamos que a história refletirá sobre esse momento como aquele em que mudanças no design, na tecnologia de fabricação e na escala permitiram uma profunda deflação no preço dos veículos elétricos. As possíveis mudanças na composição da indústria e na participação de mercado podem levar anos para se concretizar. Mas acreditamos que as previsões para o segmento e os planos de fabricação de concorrentes terão que ser profundamente reavaliados.”
Os papéis da TSLA encerraram o último pregão de sexta-feira, em Nova York, com uma alta de 10,99%, a US$ 177,88.