Por Jan Wolfe
(Reuters) - À época presidente dos Estados Unidos, Donald Trump queria que tropas da Guarda Nacional em Washington protegessem seus apoiadores em uma manifestação de 6 de janeiro que terminou com os simpatizantes do republicano atacando o prédio do Congresso dos EUA num episódio que deixou cinco mortos, disse o ex-chefe do Pentágono de Trump na quarta-feira.
O ex-secretário de Defesa interino Christopher Miller disse a uma comissão da Câmara dos Deputados que conversou com Trump no dia 3 de janeiro, três dias antes do discurso incendiário do agora ex-presidente que antecedeu os episódios de violência e desencadeou um segundo pedido de impeachment contra ele.
De acordo com o depoimento de Miller, Trump perguntou durante a reunião se o prefeito do Distrito de Colúmbia havia solicitado soldados da Guarda Nacional para 6 de janeiro, dia em que o Congresso deveria ratificar a vitória de Joe Biden na eleição presidencial de 2020.
Trump instruiu Miller a "preencher" o pedido, testemunhou este. Miller ainda afirmou que Trump lhe disse: "Faça todo o necessário para proteger os manifestantes que estiverem exercendo seus direitos protegidos constitucionalmente".
Miller fez esses comentários durante uma audiência conturbada realizada pelo Comitê de Supervisão da Câmara, que está investigando falhas de segurança nos dias que antecederam o tumulto e durante o ataque ao Capitólio.
A deputada Carolyn Maloney, a democrata que preside o comitê, exigiu que Miller respondesse por que tropas da Guarda Nacional só chegaram horas depois de o edifício ser invadido. Miller disse que os militares dos EUA se contiveram deliberadamente quando a manifestação de Trump se transformou em um ataque de centenas de seus seguidores.
(Reportagem adicional de David Shepardson)