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Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma na noite desta terça-feira o julgamento da chapa eleitoral encabeçada por Jair Bolsonaro em 2022 que poderá tornar o ex-presidente inelegível em ação a que responde por ter promovido, em julho do ano passado, uma reunião no Palácio da Alvorada com embaixadores em que atacou o sistema eleitoral brasileiro.
Na sessão desta terça, o relator da ação, Benedito Gonçalves, vai apresentar seu voto no processo. Segundo uma fonte, o voto deverá ter cerca de 400 páginas e pedir a inelegibilidade de Bolsonaro.
A expectativa é que, diante do tamanho do voto, na sessão de terça somente ocorra o voto do relator e os demais votos fiquem para a sessão de quinta-feira pela manhã.
Na semana passada, o julgamento começou a partir da divulgação por Gonçalves do relatório, um resumo de todas as principais questões abordadas na ação, e as sustentações orais dos advogados de Bolsonaro e do PDT, autor da ação, além do representante do Ministério Público Eleitoral.
Fontes do tribunal e que acompanham o processo ouvidas pela Reuters avaliam que, ao final das esperadas três sessões de julgamento da ação movida pelo PDT, Bolsonaro sofra uma inédita condenação por crimes que vão de abuso de poder político, desvio de função e tentativa de deslegitimar o processo eleitoral.
Deverá pesar contra o ex-presidente o chamado "conjunto da obra", após a inclusão no processo da minuta do golpe e também a sombra das revelações da orquestração para se impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que derrotou Bolsonaro na eleição do ano passado.
Tanto o ex-presidente, a defesa de Bolsonaro e aliados dele esperam que, ao menos, haja um pedido de vista durante o julgamento, o que poderia adiar a conclusão do julgamento por alguns meses. Entretanto, há quem admita que a medida seja inócua diante da perspectiva desfavorável em relação a Bolsonaro.