Por Agnieszka Pikulicka-Wilczewska
VARSÓVIA (Reuters) - Yulia Krivich faz parte de uma crescente comunidade de artistas de países de toda a antiga União Soviética que ajudou a transformar a capital polonesa em um importante centro de talentos criativos, especialmente depois que a Rússia iniciou a invasão em grande escala da Ucrânia.
Krivich, que mora na Polônia há mais de uma década, agora organiza exposições, workshops e outros eventos no Museu de Arte Moderna (NASDAQ:MRNA) de Varsóvia, com o objetivo de confrontar o que ela vê como o trauma coletivo causado pelo colonialismo russo.
"Viemos aqui (ao museu) no terceiro dia da invasão e ficamos. Gostamos de chamar de ocupação do Museu de Arte Moderna, e o diretor está feliz com a ocupação", brincou Krivich, de 34 anos.
"Viemos aqui para fazer cartazes de protesto na embaixada russa e ficamos", disse ela.
Mesmo antes das tropas russas invadirem a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, a Polônia já recebia milhares de migrantes do leste, incluindo pessoas que fugiram de uma revolta apoiada por Moscou no leste da Ucrânia, e da turbulência em Belarus e nos países da Ásia Central.
A Polônia, que faz fronteira com Belarus e Ucrânia, e também já fez parte do império russo sob os czares e depois do bloco soviético liderado por Moscou por décadas, é um lugar perfeito, na visão de Krivich, para os artistas explorarem o tema da "descolonização da Rússia".
"Muitos dos meus amigos do Quirguistão, Ucrânia e Belarus se sentem em casa aqui, também mental, cultural e ideologicamente... Temos um passado comum", disse Krivich à Reuters.