(Reuters) - As novas regras de acréscimos que o futebol inglês adotou nesta temporada para evitar o desperdício de tempo são "absurdas" e não serão usadas nas competições da Uefa, disse Zvonimir Boban, chefe da entidade reguladora do futebol europeu.
Seguindo a abordagem da Fifa nas Copas do Mundo masculina e feminina, o órgão de arbitragem da Inglaterra disse em julho que os árbitros acrescentariam o tempo exato perdido em comemorações de gols, substituições e lesões.
O objetivo é aumentar o tempo em que a bola está em jogo, com a partidas agora ultrapassando rotineiramente os 100 minutos no total.
O meio-campista do Manchester City Kevin De Bruyne, o zagueiro do Manchester United Raphael Varane e o sindicato global de jogadores FIFPRO criticaram a nova estratégia, dizendo que ela aumentará a carga de trabalho dos jogadores em um calendário já lotado.
"É absurdo", disse o ex-meio-campista do Milan e da Croácia Boban aos repórteres em Mônaco.
"Em relação ao bem-estar dos jogadores, é uma espécie de pequena ou grande tragédia, porque estamos adicionando quase 12, 13, 14 minutos."
"Quando você joga 60, 65 minutos - posso falar com base na minha experiência, especialmente como meio-campista - você se cansa nos últimos 30 minutos do jogo. E então alguém vem e acrescenta mais 15 minutos."
O diretor de arbitragem da Uefa, Roberto Rosetti, apoiou Boban e disse que a entidade estava trabalhando há cinco anos para aumentar o tempo em que a bola está em jogo durante suas competições.
"Há algo mais importante do que a precisão do tempo adicional", disse Rosetti. "Por que as pessoas gostam tanto da Liga dos Campeões? Porque é intensa, é fantástica, os jogadores nunca param."
"Dizemos aos nossos árbitros para acelerarem o reinício do jogo em vez de se concentrarem no tempo de acréscimo."
(Reportagem de Hritika Sharma em Hyderabad)