BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff não irá anunciar nesta sexta-feira os novos integrantes da sua equipe, informou a Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto, apesar da grande expectativa em torno dos novos nomes para assumir a área econômica no novo mandato.
O aviso foi dado por meio de mensagem enviada a jornalistas que aguardavam a divulgação dos nomes. "A Secom informa que os nomes dos novos ministros não serão divulgados hoje", disse.
Desde o início do dia, a expectativa era que Dilma anunciasse ainda nesta sexta-feira a nova equipe econômica, composta por Nelson Barbosa, Joaquim Levy e Alexandre Tombini.
Os principais jornais do país informaram, em seus sites, que Levy vai assumir a Fazenda e Barbosa, o Planejamento.
Os mercados financeiros reagiram bem aos nomes, com dólar e juros recuando e Ibovespa subindo mais de 5 por cento.
Dilma passou o dia envolvida com a reforma ministerial. Pela manhã, a presidente se reuniu com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que tem acompanhado todas as negociações sobre as mudanças na Esplanada dos Ministérios.
A presidente também conversou com o ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges. As duas reuniões ocorreram no Palácio da Alvorada.
Borges deve ser substituído, segundo uma fonte do governo disse à Reuters, pelo senador Armando Monteiro (PTB-PE), que já presidiu a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e disputou a eleição para governador em Pernambuco nesse ano e foi derrotado.
Por volta do meio-dia, Dilma foi para o Palácio do Planalto, onde se reuniu com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com o ex-secretário-executivo da pasta Nelson Barbosa, que deve integrar a nova equipe econômica.
Como a presidente passou o dia em negociações para mudanças nos ministérios, havia expectativa inclusive entre seus auxiliares de que ela divulgaria ao menos os nomes da nova equipe econômica nesta sexta.
Contrariando as expectativas, porém, Dilma pediu que sua assessoria informasse oficialmente que não seriam anunciados ministros nesta sexta, sem dar pistas de quando os novos ministros serão conhecidos.
Segundo uma fonte ouvida pela Reuters, já estaria definido que Tombini permanecerá à frente do Banco Central. Outras fontes ouvidas na manhã desta sexta não informaram quem entre Barbosa e Levy iria para Fazenda e para o Planejamento.
Levy, que atualmente comanda o Bradesco Asset Mangement, braço de gestão de ativos do Bradesco, foi secretário do Tesouro Nacional na gestão de Antônio Palocci na Fazenda, no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O economista Nelson Barbosa foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda, tendo como chefe Guido Mantega.
Diante da preocupação em sinalizar mudanças na política econômica, também tem circulado dentro do governo a possibilidade de o atual diretor de Administração do BC, Altamir Lopes, assumir o Tesouro Nacional no lugar de Arno Augustin.
(Por Jeferson Ribeiro, Patrícia Duarte e Luciana Otoni)