LONDRES (Reuters) - O Partido Conservador do Reino Unido irá iniciar a seleção de um novo líder para o lugar do primeiro-ministro David Cameron nesta terça-feira, e a ministra do Interior, Theresa May, e a ministra da Energia, Andrea Leadsom, são as principais concorrentes ao cargo político mais importante da nação.
Cameron anunciou que renunciaria logo após o turbilhão político desencadeado por um referendo em 23 de junho que decidiu pela desfiliação britânica da União Europeia, apesar de suas exortações pela permanência, e seu sucessor deve assumir o escritório de Downing Street no início de setembro.
A batalha pela liderança dos conservadores trouxe mais incerteza em um momento no qual o Reino Unido enfrenta seu maior tumulto político e econômico desde a Segunda Guerra Mundial.
Cinco candidatos se apresentaram, e nesta terça-feira os 331 parlamentares conservadores do Parlamento farão sua primeira votação para escolher seu novo líder. O processo começa nesta manhã e o resultado inicial deve ser anunciado à tarde, quando o postulante com menos votos será eliminado.
A fase seguinte da votação irá acontecer na quinta-feira, e o processo irá continuar até que só dois candidatos permaneçam na disputa. Depois disso, o líder será eleito pelos cerca de 150 mil correligionários do partido em todo o país.
Theresa May, conservadora ferrenha que comandou as áreas de segurança e de aplicação da lei no gabinete de Cameron durante seis anos, é a favorita das casas de apostas e aquela que tem mais apoio dos parlamentares.
Mas Theresa apoiou a permanência britânica na UE, e muitos conservadores vêm argumentando que o próximo premiê, que precisará negociar a desfiliação, precisa ser alguém que defendeu o rompimento.
Uma pesquisa para o site ConservativeHome revelou que o apoio dos partidários a Theresa está em 37 por cento e que outros 38 por cento endossam Andrea, que foi uma figura proeminente na campanha do "sai" antes do referendo.
Andrea, de 53 anos, que teve uma carreira de 25 anos no setor de serviços financeiros antes de se voltar à política, mas que jamais serviu no gabinete, também recebeu um incentivo na segunda-feira, quando o ex-prefeito de Londres Boris Johnson, um dos principais entusiastas da desfiliação da UE, declarou seu apoio.
(Por Michael Holden e James Davey)