Rio de Janeiro, 28 nov (EFE).- A economia brasileira - que cresceu um tímido 0,1% no terceiro trimestre em relação ao segundo, após um semestre de contração - retomou seu processo de expansão e terá um avanço mais sólido nos últimos três meses do ano, assegurou nesta sexta-feira o Ministério da Fazenda em comunicado.
"O resultado do terceiro trimestre mostra que a economia entrou em processo de retomada do crescimento, embora em um ritmo ainda modesto", admitiu na nota o Ministério, ao se referir superficialmente à expansão com que o Brasil superou a recessão técnica, na qual tinha caído ao acumular dois trimestres consecutivos de contração.
A leve alta do Produto Interno Bruto (PIB) contrastou com a contração de 0,6% registrada no segundo trimestre e de 0,2% do primeiro, segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Ministério da Fazenda projeta para o último trimestre e para o próximo ano uma taxa positiva e não tão baixa.
"A economia brasileira apresenta fundamentos macroeconômicos sólidos e tem todas as condições para apresentar no quarto trimestre e em 2015 um crescimento mais intenso e de garantir e ampliar as conquistas da população brasileira, especialmente da população trabalhadora de menor renda", segundo o comunicado.
O Ministério destacou que para a recuperação do terceiro trimestre contribuíram para o crescimento de 1,7% da produção industrial e a expansão de 1,3% dos investimentos produtivos.
"Os indicadores antecedentes e coincidentes permitem prever que essa trajetória continuará no quarto trimestre. O reinício dos investimentos é fundamental para que o crescimento se acelere e seja sustentável ao longo do tempo", assegurou o comunicado.
O Ministério atribuiu a queda de 1,9% sofrida pela produção agropecuária frente ao segundo trimestre à seca prolongada que castigou o país nos últimos meses, que afetou grandes cultivos como os de cana-de-açúcar e café.
Igualmente, atribuiu a baixa de 0,3% do consumo das famílias à escassez do crédito perante as elevadas taxas de juros com as quais o Banco Central tenta combater a inflação.
O Ministério acrescentou, no entanto, "que o crédito começa a dar sinais de melhoria embora ainda esteja abaixo do necessário para localizar a taxa de crescimento do consumo das famílias em uma situação de normalidade".
Destacou igualmente que, apesar do tímido crescimento do PIB no terceiro trimestre, o Brasil registrou em outubro sua menor taxa de desemprego para esse mês (4,7%) e que a renda dos trabalhadores continuou aumentando como resultado de uma política anticíclica para diminuir os impactos da crise internacional.
"Isso significa que a base salarial continua crescendo, mas que o desempenho do mercado interno foi freado pela falta de crédito", assegurou a nota.